A parlamentar explicou que, de acordo com a imprensa, dois casos de suicídio foram confirmados depois de as famílias terem encontrado bilhetes que indicavam que os jovens tinham participado do jogo. A polícia ainda investiga casos em diversas outras cidades brasileiras, segundo ela.
“Em Curitiba, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde suspeita da relação dos casos porque os jovens tinham sinais de automutilação e de ingestão de remédios”, frisou. Ela acentuou que a repetição de padrão, com mutilação no corpo deve servir de alerta para os familiares, os amigos e professores.
Fernanda Pessoa orientou que, se algo estranho for percebido, deve-se procurar ajuda. “Peço aqui que os terapeutas, psicólogos e psiquiatras formem uma força tarefa a fim de esclarecer as famílias, os jovens sobre o suicídio”. A parlamentar revelou que um adolescente, disse em entrevista que fazia parte de um grupo no WhatsApp, com outras 180 pessoas, cumprindo as tarefas do jogo.
A parlamentar sugeriu que as famílias fiquem atentas com o comportamento de seus filhos. Ele defende que os pais precisam conversar com seus filhos, ouví-los , e se identificarem algum problema, algo suspeito, que procurem de um terapeuta, um psicólogo, ou psiquiatra.
Para a parlamentar, o jogo é uma conduta criminosa de quem esta por trás da prática. “É uma indução ao suicídio. Queremos que estes tipos de desafios mortais sejam investigados e as pessoas punidas. Pedimos intensificação nas investigações para que os responsáveis sejam identificados em breve”, disse.
De acordo com os dados oficiais do Décimo Anuário da Segurança Pública, apresentados pela deputada, o Ceará ficou em quinto lugar no ranking de suicídios do Brasil. Com 533 casos registrados em 2015, ano da pesquisa, o que representou uma média de seis casos por grupo de 100 mil habitantes, superior à média nacional que é de 4,2 por 100 mil.
“Não podemos ignorar isto. O número absoluto de suicídios no Ceará foi superado apenas por São Paulo, com 2.058 casos, depois Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, avaliou. Ela defendeu que é preciso uma assistência adequada para identificar as pessoas que têm risco de cometer suicídio.
A deputada criticou ainda a série de TV “13 reasons why”. Segundo ela, o programa trata o suicídio como algo glamourizado e, por isso, já recebeu alerta de psiquiatras que disseram que a série tem o potencial de causar danos às pessoas emocionalmente fragilizadas. Para Fernanda Pessoa é preciso reverter o quadro de elevação do número de suicídios entre os jovens.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) sugeriu a realização de uma audiência pública para discutir o problema do suicídio, com a presença do médico psiquiatra Cleto Ponte “autor de livro escrito sobre o assunto conhecido internacionalmente”.
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