Na visão do parlamentar, os trabalhadores deixaram o recado bastante claro para o presidente Michel Temer: que não aceitam a proposta de reforma no modelo em que foi apresentada. “Os trabalhadores brasileiros se negam a aceitar que a carteira deva ser assinada aos 16 anos, que não podem ficar desempregados por um mês que seja e que terão que pagar 49 anos de previdência de forma ininterrupta. Até porque é algo que não depende só deles”, salientou.
Nas manifestações, o petista disse que se podiam observar pequenos grupos de pessoas pedindo pela intervenção militar, mas, segundo ele, o próprio comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, teria dito em entrevista que não acredita na intervenção militar como solução para a crise política e econômica do País.
Para Elmano, a declaração do comandante representa a crença na democracia e nas instituições sociais, apesar da falta de um projeto que norteie o Brasil nas suas políticas públicas.
“O ano de 2017 servirá para a elaboração dos projetos que disputarão as eleições de 2018. Não à toa, vemos tantos ataques ao ex-presidente Lula. As pessoas sabem de sua liderança popular, de sua contribuição à Constituição de 1988 e do fortalecimento do Ministério Público”, ressaltou.
O deputado informou que apresentou à Casa requerimento para que a Assembleia Legislativa do Ceará confirme sua posição a favor da instalação de uma comissão parlamentar de inquérito, proposta pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Ele acredita que, assim como o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), muitos outros parlamentares, mesmo pertencendo ao partido do presidente, não concordam com o texto da reforma.
Elmano Freitas destacou ainda o 6° Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, que acontecerá nos dias 01, 02 e 03 de junho, em São Paulo, onde será aprovado o nome de Lula para presidente do partido e pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2018.
Em aparte, o deputado Leonardo Araújo (PMDB) pediu a Elmano Freitas que se lembrasse de alguns pontos quando falasse do histórico do presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores. “Ao que sabemos, o deputado Lula da Silva, à época, não concordou com a Constituição de 1988. E, quanto à Reforma da Previdência, foi o PT, ainda na gestão Dilma, que apresentou a Previdência como falida e defendeu a necessidade de uma reforma. O senhor mesmo votou a favor da Previdência Estadual, que terá bem mais impactos diretos ao nosso povo”, frisou.
LA/AT