“Cada real investido em saneamento economiza quatro reais na área de saúde. A capital do Ceará está entre as 30 cidades mais desassistidas nesse setor, que inclui coleta de lixo, manejo de água fluvial e esgotamento sanitário”, avaliou o parlamentar.
De acordo com Capitão Wagner, a cidade enfrenta doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A Prefeitura vai apertar o cerco contra devedores, porém não investe em uma área que deveria ser prioritária, na sua avaliação. “A chikungunya cresce mil por cento, mas a preocupação é só com arrecadação. Não se investe em questões essenciais, como saúde pública, afirmou.
A falta de investimentos em saneamento, segundo o deputado, ocorre desde a primeira gestão do prefeito Roberto Cláudio. Ele esclareceu que o portal de transparência da Prefeitura atesta que nada foi investido. Além disso, As regionais cinco e seis, as mais pobres da Cidade, têm saneamento quase zero, conforme explicou. “Nessas regiões da cidade há maior quantidade de crianças doentes”, acrescentou.
Capitão Wagner também salientou que o portal da transparência do Governo diz que, em 2015, apenas 43% do orçamento foi executado, enquanto em 2016 os investimentos foram 37% do previsto.
O parlamentar assinalou ainda que conheceu ações exitosas na área de saneamento. “Estivemos em Jundiaí-SP, onde conhecemos a central de restos da construção civil e fiquei impressionado com a qualidade do material reciclado, para ser usado pela Prefeitura. Lá há parques com piso e bancos com material reciclado. O lixo pode se transformar em recursos e economia”, disse.
Ele também adiantou que foi a Niterói-RJ para conhecer a empresa de água e esgoto local. A estação de tratamento no centro da cidade, entre habitações, não emite odor, pontuou. “A água sai da estação em condição de ser reutilizada. A empresa aumentou de 40% para 97% a área de cobertura de saneamento em apenas dois anos, e 100% das casas estão recebendo água tratada”.
Em São Paulo, Capitão Wagner conheceu a central de compostagem. “Todos os restos de feiras livres são levados para a central e transformados em adubos, que são colocados na arborização da cidade. Todos os bairros têm um caminhão de coleta seletiva de lixo”, informou.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar disse que, até 1980, o Ceará não sabia o que era saneamento básico, que só iniciou no governo de Tasso Jereissati. “Mas o projeto foi abandonado. Obra enterrada não dá voto”, observou.
O deputado Carlos Matos informou que, na próxima quinta-feira, às 14h30, haverá audiência pública para discutir a questão das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Ele também salientou que, nos últimos cinco anos, o saneamento ficou no mesmo patamar. Por isso, há 60% da população sem esses serviços em Fortaleza.
JS/AT