O parlamentar lembrou que, anos atrás, as investigações iniciadas para apurar o caso não conseguiram uma conclusão esclarecedora, talvez, segundo ele, “em função da dificuldade de ter acesso e da compreensão de um emaranhado de informações”.
O parlamentar destacou que o esquema gerou um prejuízo de mais de R$ 150 milhões para os servidores públicos e tinha a participação omissiva ou direta do Bradesco, junto com empresas de fachada, “com o claro intuito de causar dano”. O peemedebista ressaltou a luta atual de servidores de algumas categorias para conseguir suas reivindicações, mencionando os da Adagri, educação e defensores públicos do Estado. Audic Mota afirmou que está estudando a matéria e colhendo informações sobre o assunto, “mas é algo que foi perverso, ação orquestrada, com fins escusos”.
O peemedebista lembrou que, em nível nacional, o problema dos consignados levou à prisão de um ex-ministro do Planejamento, que supostamente teria se envolvido em uma organização formada para fraudar um serviço de gestão de crédito consignado a funcionários públicos; “com o desembarace do escândalo nacional dos consignados, mostrando que no Ceará era o mesmo modus operandi, mas com um plus: tinha algo ainda diferenciado que causou um prejuízo e vem causando prejuízo ainda maior ao servidor. É necessário que essa Casa volte a debater isso", defendeu.
O parlamentar também externou seu apoio às reivindicações da Defensoria Pública do Estado, criticando a retirada da matéria da pauta de votação. Segundo ele, nos últimos dois anos, o órgão vem sendo penalizado na Casa. “Ano passado, uma das primeiras matérias foi encaminhada pela Defensoria. E essa mensagem sequer chegou a ser lida na Casa. Este ano, após um acordo com o Executivo, após uma discussão prévia da matéria, após a tramitação em todas as comissões recebendo parecer favorável, essa matéria foi pautada. No dia da votação, essa matéria, por ato unilateral, foi retirada pelo presidente. O que estamos a cobrar do presidente é que ela retorne para plenário, respeitando a decisão da maioria da Casa, que é quem vai dizer se é favorável ou contra o projeto”, avaliou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PSD) criticou o fato de a mensagem dos defensores públicos estar sobrestada na Casa. “Se houvesse algo ilegal, tínhamos a obrigação de corrigir. O que nós vemos aqui é uma situação que podíamos passar sem ela, pois evitaria desgaste”, disse, referindo-se à retirada da matéria da pauta de votação na semana passada.
LS/JU