Para Capitão Wagner, o governador se precipitou ao divulgar para a imprensa a ideia de que a divulgação desse acordo seria apenas “brincadeira de internautas”. O parlamentar salientou que, em janeiro, houve redução de 25% nos homicídios “graças ao esforço da Polícia Militar, que está recebendo uma especial atenção do Governo, mas também pode estar vinculada ao acordo entre as facções”.
O parlamentar lembrou que, no último final de semana, quando ocorreram relatos de comemorações das facções em diversos bairros da cidade, foram registrados apenas quatro homicídios em Fortaleza, quando rotineiramente aconteciam mais de 40. Para o deputado, isso seria um indicativo de que o acordo realmente existe. “No mínimo, Camilo Santana deveria mandar investigar para saber se há ou não. Por isso, estamos pedindo à Secretaria de Segurança para que abra essa investigação”.
O deputado avalia que o registrado nas estatísticas da violência não é pacificação, “mas um silenciamento, tentando cooptar os jovens para integrar as quadrilhas ligadas ao PCC e ao CV. A cidade faz parte da rota mundial do tráfico de drogas. Um coronel já disse que o bicho vai pegar, porque o crime organizado vai partir para cima da Polícia”, observou.
O deputado disse possuir informação proveniente de delegados de polícia de que há provas de que o PCC e o CV estão instalados na cidade. “Sem investigação, não há como saber se é verdade ou não”.
Capitão Wagner também denunciou que os cooperados do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) estão há três meses sem receber, e são 70% dos trabalhadores da unidade de saúde. Além disso, segundo ele, os pacientes estão sendo transportados em vans sem sinalizadores.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (SD) disse que foi procurado “pelo amigo” delegado Francisco Crisóstomo há quatro dias. “Ele trouxe fotografia da comemoração do acordo entre PCC e CV”.
O deputado Leonardo Araújo (PMDB) assinalou que foi surpreendido com o cancelamento do projeto de lei que prevê o bloqueio de sinal de celular nos presídios, “porque o Estado está cedendo à chantagem das facções criminosas”.
O deputado Renato Roseno (Psol) avaliou que o passo seguinte, após a aliança das facções, é o controle econômico dos territórios. "O Governo já está atrasado, porque deveria ter acionado uma atividade de inteligência para impedir o controle de território."
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