Sérgio Aguiar explicou que a carta irá retratar a crise financeira, provocada, principalmente, pela redução dos repasses federais. “O segundo repasse do Fundo de Participação dos Municípios, no mês de outubro, implicou uma queda de 0,84%, em termos reais. Com isso, a maioria dos municípios não tiveram como fazer o repasse do duodécimo para as câmaras municipais, incorrendo em infração na Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao longo do ano, o FPM já acumula redução de 3,35 bilhões, correspondentes a 15,56% de queda”.
Mesmo com a redução dos repasses, o deputado salientou que as despesas municipais continuam se ampliando, a partir dos aumentos do piso salarial dos professores, salário mínimo, de energia e de combustível.
O deputado revelou ainda que as lideranças municipais terão, amanhã, audiência com a presidente Dilma Rousseff, buscando uma alternativa às reduções dos repasses. “A direção da Confederação Nacional dos Municípios e a Associação Nacional dos Municípios irão tratar da queda brutal das receitas municipais. Se não houver uma alternativa, os municípios não terão condição de pagar o décimo terceiro e dezembro aos servidores”, alertou.
Segundo o deputado, os prefeitos de Acaraú , Camocim, Orós e Tauá tomaram a decisão de cortar os maiores salários dos municípios, que são os dos prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais, para evitar cortes nos assalariados, por conta da crise que se instalou em todo o País.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) observou que é nas cidades que a população enfrenta todos os tipos de agruras. É o município a célula mais importante da federação. E o Ceará, por ser um estado pobre, faz com que a grande maioria dos 184 municípios tenha como principal fonte de receita o FPM.
“Em passado não tão distante, quando se deu redução de IPI de veículos e da chamada linha branca, os municípios tiveram grande perda de receita. Com a crise que se vive, sem dúvida, a situação das prefeituras é o retrato do que ocorre com a nação. É preciso reduzir despesas, fazer faxina nas contas, cortar aluguéis de carro e parar com despesas supérfluas”, disse.
O deputado João Jaime (DEM) avaliou que a crise nacional é muito mais sentida nos municípios. “Todas as ações são para economizar e aumentar impostos. As prefeituras passam por dificuldades e, em dezembro, os municípios dificilmente irão honrar o pagamento das folhas de pagamento”, previu.
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