A audiência, de acordo com o parlamentar, está inserida na Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Roseno afirmou que hoje “a comunicação é o maior latifúndio do País, pois está concentrada nas mãos de oito famílias, que controlam as 300 das principais emissoras de televisão e ainda outros órgãos impressos e de radiodifusão. Os trabalhadores sabem como a comunicação é estratégica para a manutenção das desigualdades sociais”, frisou.
Para o deputado, os veículos de comunicação se posicionam contra o marco regulatório da mídia sob o “o falso pretexto de defenderem a liberdade de expressão”. Porém, conforme salientou, o monopólio é estratégico para a manutenção das desigualdades. “Somos um país que temos uma Constituição que garante um rol de direitos fundamentais, mas, nesses 27 anos, o monopólio da comunicação continuou intocável”, assinalou.
Roseno disse que o Brasil não será um país democrático se não forem enfrentados os monopólios da comunicação. “Eles não toleram o debate público sobre isso”. Ele lembrou que, enquanto o Brasil continua sem marco regulatório, os países vizinhos Uruguai e Argentina já avançaram, e “até os Estados Unidos, berço do capitalismo, tem uma legislação mais avançada que a nossa. A liberdade de expressão foi capturada pelos monopólios privados”, pontuou.
O deputado do Psol defendeu que o País deve democratizar os conteúdos transmitidos principalmente pela televisão. “O Brasil mais pobre e real não se vê na TV, em sua diversidade étnica, social e política”, ressaltou. Em vez disso, salientou, assistem-se, durante o dia, sem nenhum tipo de controle social, programas policialescos que retratam somente a violência “e exploram o bizarro em busca de pontos de audiência”.
Segundo Roseno, está também na pauta da reforma política a reforma do sistema da democracia representativa, o fortalecimento da democracia direta e participativa, a democratização do sistema judiciário e dos meios de comunicação. “Os países centrais do capitalismo enfrentaram esse debate. Os marcos dos Estados Unidos são melhores que os nossos”, afirmou.
Roseno disse ainda que os empresários tratam a questão como se a luta pela democratização fosse contra a liberdade. “O baronato da mídia se articula com a política. Senadores e deputados federais são proprietários de veículos de comunicação, através de fundações. Detentores de mandatos não poderiam ser proprietários”, avaliou.
O deputado do Psol também se solidarizou com os professores, que, na manhã de hoje, realizou ato público em defesa da educação, diante do Palácio da Abolição. “Não iremos a lugar nenhum sem trabalho desses professores”, enfatizou.
JS/CG