Segundo o deputado, “em 2012, Cid Gomes nos vendeu para o Bradesco. Ele vendeu a conta do Estado por R$ 400 milhões e, se o Bradesco comprou, foi na certeza de que arrecadaria bem mais, e o ex-governador com certeza ganhou com isso”.
Roberto Mesquita destacou que, no caso dos empréstimos consignados oferecidos pelo Bradesco aos servidores, os prejuízos deveriam ser sanados pelo próprio banco, o que não teria acontecido. “Os funcionários foram enganados, e não vejo indignação dos deputados que se dizem defender as minorias”, salientou.
O parlamentar criticou ainda o fato de o contrato feito pelo ex-governador Cid Gomes com o Bradesco, em 2012, ter sido refeito em 2014, estendendo seus efeitos para vigorar na gestão seguinte, de Camilo Santana. “Cid Gomes vendeu o governo de Camilo Santana até o último ano”, acentuou.
A maneira como as mensagens do Executivo são votadas na Assembleia Legislativa também recebeu críticas do parlamentar. Segundo ele, os documentos chegam em regime de urgência, as comissões se reúnem todas de uma vez e votam sem ler as mensagens. “Muitas matérias são pegadinhas para os cearenses. Chegam, são votadas em urgência nas comissões técnicas da Casa e depois vão para o Plenário. Alguns deputados brincam de ser deputados e votam sem ler o documento, para agradar o Governo”, apontou.
Ele atribuiu às mensagens do Executivo o fato “de os cartórios e os bancos estarem reinando”. “Nós somos os instrumentos, a maior parte dessas maldades são mandadas em forma de mensagens, e deixamos passar parágrafos confusos”, assinalou.
Roberto Mesquita cobrou, por fim, a prestação de contas do Fundo do Desenvolvimento Industrial (FDI) ao Legislativo, conforme estabelece a legislação.
Em aparte, o deputado Audic Mota (PMDB) disse que é preciso aprofundar o debate e as denúncias feitas por Mesquita. O deputado Carlos Felipe (PCdoB) lembrou que, por meio de votação na Casa, o Banco do Estado do Ceará (BEC) e a Coelce também foram privatizados e hoje lucram bem mais.
Já o líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), frisou que o relatório do FDI será enviado à Casa pelo Poder Executivo e que as demais críticas feitas por Mesquita serão analisadas pela liderança.
GM/CG