Em pronunciamento no segundo expediente da sessão plenária, a parlamentar destacou a notícia trazida nesta semana, pelo jornal Diário do Nordeste, de que 25 cidades vão ficar sem água até o fim deste mês. “Mas muitos outros municípios do nosso Estado já enfrentam falta de água. Quase todos os reservatórios do nosso Ceará estão secos, com menos de 9% de sua capacidade. E moradores precisam formar imensas filas para conseguir água, levada pelo carro-pipa para quase metade dos municípios do Estado”, disse.
A deputada pediu ao governador que sejam intensificados os abastecimentos de água potável, por meio dos carros-pipa, para a população dos municípios afetados. Requereu também que seja fiscalizada com mais rigor a água dos carros-pipa. “Dessa forma poderemos evitar que a população, que já sofre com a falta de água, sofra mais ainda com a saúde, como aconteceu ano passado, quando constataram que metade das análises era de água de má qualidade”, avaliou. Segundo ela, isso é uma questão de saúde pública. “Não podemos colocar em risco a vida das famílias que já enfrentam vários tipos de problemas com a seca”, acrescentou.
A parlamentar informou que o Estado registrou volume de chuvas 30% menor em 2015, e, segundo a Funceme, “devemos enfrentar a pior crise de seca desde 1910”. “Para ter uma ideia da gravidade: em 2012, a capacidade dos reservatórios estava em 63,8%. E neste ano caiu drasticamente, para 18,8%”, disse.
Ela destacou a necessidade de investir cada vez mais em projetos de infraestrutura, porque a crise hídrica tende a piorar. “Campanhas educativas de conscientização do uso e reúso racional da água também são de extrema importância”, pontuou.
Fernanda Pessoa ressaltou ainda que outro sério problema acarretado pela seca para os agricultores cearenses é de ordem econômica, devido à perda da safra. “Fica difícil para o agricultor juntar suas economias, e ele vai acumulando dívidas. Já é sofrível fazer empréstimos para adquirir equipamentos e grãos para o plantio. E mais difícil ainda arcar com as dívidas”, ponderou. “Peço aqui que o Governo renegocie a dívida dos homens e mulheres do campo. Defendo a renegociação para que os nossos pequenos produtores rurais tenham fôlego para sobreviver no sertão”, declarou.
LS/CG