A moção de repúdio é contra a decisão de Eduardo Cunha de retirar todas as pessoas que não fossem deputados federais do Plenário e das galerias da Câmara durante o discurso do ex-ministro da Educação Cid Gomes no dia 18 de março. Uma comitiva de deputados estaduais e outras autoridades cearenses estavam presentes na Câmara Federal.
De acordo com Ely Aguiar, há relatos de blogs políticos que apontaram excessos da representação cearense nas galerias da Câmara Federal. Segundo o parlamentar, um dos que mais se excederam teria sido o secretário da Pesca e Aquicultura do Ceará, Osmar Baquit.
Além disso, o deputado lembrou que o Ceará passa por uma crise hídrica, com açudes com baixo volume acumulado, e, assim, precisará do apoio do Congresso Nacional para aprovar projetos de interesse do Estado.
“Por isso, sou contrário à aprovação desse requerimento. Não devemos entrar em conflito com a Câmara Federal. Se há um conflito entre o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e o ex-governador Cid Gomes, eles que resolvam. Não gostaria de ver o atrito envolvendo a Assembleia”, defendeu.
Em aparte, o deputado Welington Landim (Pros) informou que o requerimento apresentado por ele é contra a atitude do presidente Eduardo Cunha, e não à Câmara Federal como um todo. “A atitude truculenta que aconteceu não condiz com a postura que o cargo de presidente da Câmara Federal exige”, avaliou.
O deputado Fernando Hugo (SD) lembrou que, há algum tempo, uma pessoa invadiu as galerias, arrancou as cadeiras e jogou no Plenário. “Fiz requerimento de repúdio a essa pessoa, e não foi aprovado pelo Plenário. Também foi apresentado requerimento transformando em 'persona non grata' o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e também não foi aprovado”, afirmou.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) disse que os deputados foram “tangidos” na Câmara Federal, o que não condiz com as regras de convivência democrática.
JS/GS