Segundo a parlamentar, entre os problemas apontados pelos permissionários que estiveram presentes, estão a precariedade da segurança, a falta de higiene do local, banheiros deficientes e tarifas cobradas sem a contrapartida da qualidade do serviço prestado. Ela esclareceu que as instalações foram construídas há mais de 40 anos, e por isso hoje se mostram insuficientes para atender às novas necessidades.
Fernanda Pessoa disse que a Ceasa, inaugurada em 1972, abastece hoje todos os municípios do Estado, reunindo 1.700 produtores cadastrados e mais de mil permissionários. A deputada também informou que, em 2014, passaram 520 mil toneladas de alimentos pela central de abastecimento, que gera mais de 10 mil postos de trabalho e comercializa cerca de R$ 1 bilhão em produtos por ano.
A parlamentar informou que, para dar segurança ao local, que tem cerca de 29 hectares de espaço, há somente 37 câmeras e vinte agentes de segurança desarmados, que se revezam em quatro turnos. Na sua avaliação, seriam necessárias pelo menos 120 câmeras e uma viatura, já que a área é muito extensa.
Fernanda Pessoa destacou ainda, com base nos relatos dos permissionários que estiveram na audiência, que, mesmo com a cobrança pelo uso do banheiro, a sujeira no local é grande, causando desconforto de todos que precisam do equipamento. “Os banheiros são impossíveis de serem utilizados”, assinalou. Segundo ela, a sujeira é também muito grande em todos os galpões, onde se percebe uma crosta nos pisos. A deputada considerou que deveria acontecer pelo menos uma lavagem por semana em todos os galpões, sob pena de os alimentos comercializados estarem sendo contaminados com agentes patogênicos.
A falta de segurança do estacionamento foi outro problema abordado. Ela destacou que os motoristas pagam tarifas para ter acesso, porém não há a contrapartida de segurança. São registrados, por exemplo, casos de danos a veículos, e os donos nem podem sequer requerer indenização, porque não há câmeras no local.
Segundo Fernanda Pessoa, durante a audiência, o presidente da Ceasa, Reginaldo Moreira, apresentou um projeto que prevê a recuperação da Central, com gastos estimados em R$ 93 milhões. “Se forem realizados somente reparos na estrutura física, o valor cai para R$ 30 milhões. Porém, de acordo com o Reginaldo, infelizmente a Central não possui esse recurso para a reforma”, disse.
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