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Coluna Política - QR Code Friendly
Sexta, 31 Outubro 2014 07:03

Coluna Política

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  Governo de continuidade tem muitas vantagens. Não tem pressa. Serviços prosseguem de forma mais ou menos natural. No funcionalismo, a tensão diante de mudanças é bastante atenuada. E a transição é muito mais serena. Como mostrou no O POVO de ontem o jornalista Bruno Pontes, Camilo Santana (PT) recebeu de Cid Gomes (Pros) a senha que já lhe dá acesso ao monitoramento de todos os números do governo. Tal compartilhamento de informações, antes da posse, é sem precedentes mesmo entre aliados. O rito é muito diferente das últimas transições de um gestor para outro. De Juraci Magalhães para Luizianne Lins (em 2004), de Lúcio Alcântara para Cid (em 2006) e de Luizianne para Roberto Cláudio (2012), foram muitas as queixas de falta de acesso e divergências sobre informações. O caminho livre para Camilo deve facilitar seu diagnóstico da máquina e auxiliar na preparação do governo. Espera-se que se reverta em ações adotadas de forma mais célere. Mas, governo de continuidade tem também heranças complicadas a administrar. QUANTO DE CAMILO HAVERÁ NO GOVERNONo dia em que foi eleito, Camilo assegurou: “Vamos fazer um governo novo”. Vai, mas novidade e continuidade convivem, necessariamente. A montagem das áreas fundamentais irá dizer o quanto de Camilo haverá e o quanto de Cid permanecerá. O governador eleito tem repetido que pretende dar continuidade às ações na segurança. São muitos os sinais de que Servilho Paiva tende a ficar. A ênfase com que, já vitorioso, Camilo se referiu ao fato de o Ceará ter trazido o gestor que concebeu o bem-sucedido modelo pernambucano é outro indicador. Senador derrotado, Mauro Filho (Pros) é pule de dez para estar na nova equipe, ainda que seu lugar não seja, de novo, na Fazenda. Na educação, haverá continuidade, certamente. Não virá um novo nome forte, que imponha a marca própria. O rumo é o que está aí, estabelecido há oito anos por Izolda Cela. É possível que a vice-governadora eleita seja a secretária, mas a forma hesitante como tanto ela quanto Camilo reagem quando questionados sugere que ela provavelmente não terá papel voltado para uma área só. Então, uma opção seria um técnico da confiança de Izolda e sem vaidade de impor marca própria. Alguém que fosse para ela mais ou menos o que a própria vice-governadora eleita foi, há mais de dez anos, para Ivo Gomes, que saia da pasta municipal da Educação em Sobral. A outra opção seria o iniciador do modelo. O próprio Ivo Gomes. Na Assembleia ele não fica, até porque reassumiu o mandato há meses e, nesse tempo todo, nunca ficou de fato lá, nem antes nem depois de reeleito. E também não reassumiu a secretaria na Prefeitura. Nelson Martins, por exemplo, voltou rapidinho para o Desenvolvimento Agrário, logo que acabou a campanha. Pode ser sinal de que Ivo irá para a administração estadual. Nelson, aliás, deve ter lugar garantido. Uma incógnita é Arialdo Pinho. Caso pretenda ficar, é quase impossível dizerem não. Mas, se ficar na Casa Civil, será garantia de permanência do mesmo modus operandi da era Cid. Se for mexido de lugar, terá de ser para posição de tanto destaque quanto. Não há tantas assim disponíveis.
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