O parlamentar disse que, em sua peregrinação por essa região no último final de semana, constatou a situação crítica de falta de água de uma localidade, que tinha apenas 6% de sua capacidade de reserva. “Mais de 200 mil pés de coqueiros estão morrendo por falta d´água, e os governos não fazem nada. Pomares que foram construídos há mais de 20 anos estão sendo dizimados”, lamentou.
João Jaime ressaltou ainda a potencialidade do Vale do Curu, maior centro de produção da fruta no Ceará. “Quando se perde goiaba, manga, graviola ou coqueiro, está se perdendo toda uma vida de investimento”, assinalou. O deputado cobrou, ainda, explicações do então secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins, sobre as medidas tomadas para evitar esse colapso na região, e citou o caso da cidade de Canidé, onde “não tem água e falta poço profundo”.
O deputado se queixou também da falta de iniciativa para conscientizar a população sobre o uso adequado da água. “Vemos muita propaganda do Governo enaltecendo obras de delegacias, estradas, mas não vimos ainda uma propaganda sequer para advertir que se deve economizar água e reduzir o consumo”, reiterou. Segundo ele, não fosse o açude do Castanhão, tão criticado por muitos à época de sua construção, Fortaleza e Região Metropolitana estariam numa situação crítica quanto ao abastecimento de água.
O parlamentar enfatizou a atuação da Comissão Especial da Seca, presidida por ele, que fez um excelente trabalho. “Ali elencamos todos os problemas e apontamos as soluções de curto, médio e longo prazo para resolver problemas de cidades como Canindé e Tejussuoca”, afirmando, no entanto, “que nem as máquinas para perfurar poços foram compradas”.
João Jaime também criticou o escândalo da suposta farsa da CPI da Petrobras, “na qual foi flagrada uma trama das mais absurdas e que mais atentou à democracia na história do Brasil”.
Em aparte, o deputado Osmar Baquit (PSD) criticou a atitude do senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI da Petrobrás no Senado, no suposto esquema que orquestrou os depoimentos prestados por gestores da estatal. Para ele, se Pimentel fosse sério, como destacou o deputado Nelson Martins, “deveria renunciar, e o Senado abrir uma sindicância”.
O deputado Roberto Mesquita (PV) entende que governador Cid Gomes não tem culpa pela estiagem que assola há três anos o Estado, mas é responsável pela falta de zelo em relação às políticas rurais. “Tem culpa pelo descaso”, avaliou.
LS/AT