A parlamentar citou informações do Mapa da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Cebela), divulgado na última terça-feira (01/07), que mostram que de 2008 para 2012, a quantidade de assassinatos mais do que duplicou em Fortaleza, passando de 888 para 1.920.
Eliane Novais destacou que quase 70% dos assassinatos registrados em Fortaleza em 2012 foram cometidos contra de jovens de 15 a 29 anos; 91,8% deles eram negros, 8,1% eram brancos. Segundo a mesma pesquisa, os dados colocam ainda a capital cearense em terceiro lugar entre as capitais do País com maior taxa de homicídios juvenis. Esta realidade se repete nos dados sobre o Brasil, que registrou 800 mil mortes por disparo de arma de fogo nos últimos 30 anos, sendo mais da metade das mortes de jovens entre 15 e 24 anos, mais de 90% eram do sexo masculino e mais de 70% eram negros.
Baseado na pesquisa, a deputada afirmou que “estes dados derrubam a visão distorcida de que são os jovens os grandes causadores da violência em nosso País. Na verdade, os jovens são as grandes vítimas da violência e da criminalidade”.
Para a parlamentar, as informações demonstram que é preciso que a política de segurança desenvolva uma ação integral de proteção e promoção da juventude, que representa hoje 56 milhões de habitantes no Brasil e quase dois milhões só no Ceará. Eliane Novais enfatizou que considera fundamental promover uma reforma político-pedagógica no ensino médio, combater a evasão escolar e promover políticas de cultura, esporte, lazer e cidadania. Uma das medidas, segundo a deputada, é corrigir o déficit de professores nas escolas do Ceará e corrigir a defasagem salarial dos professores da rede de ensino médio.
Em aparte, o deputado João Batista (Pros) afirmou que a violência tem migrado de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, e que a questão tem que ser tratada de forma ampla. Segundo ele, não adianta apenas aumentar o policiamento, mas políticas que contemplem a educação são fundamentais.
O deputado Antonio Carlos (PT) aparteou afirmando que políticas públicas têm que dar oportunidade e não criar outras tragédias. De acordo com o parlamentar, os centros de resocialização não cumprem seu papel e é preciso que o jovem tenha seus talentos potencializados e não se torne mais uma vítima da violência.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) também pediu a palavra para ressaltar que o combate às drogas deve ser mais efetivo. Segundo ele, é de conhecimento público que as drogas entram no Ceará pela divisa com Pernambuco, “mas não tem nem uma viatura nessa área”, declarou.
JM/CG