Eliane Novais denunciou que Amontada, por exemplo, só recebeu cerca de 1.360 cisternas de polietileno, das 3.317 previstas. Destas 1.360, conforme a deputada, apenas 66 foram instaladas devidamente. O restante foi distribuído, mas não foi devidamente instalado, e muitas estão jogadas nos terrenos das casas das comunidades rurais, em condições totalmente inadequadas, informou.
“Ou seja, estamos concluindo a quadra chuvosa, que vai de janeiro a maio, e essas 1.360 cisternas deixaram de acumular a água das chuvas que caiu em Amontada, o que é um verdadeiro absurdo. E o mais grave: devido à má acomodação, muitas cisternas estão se deformando ou até mesmo rachando”, criticou.
A parlamentar confessou ser uma admiradora do programa de cisternas, que é uma política pública que nasceu da luta e da experiência de trabalho de entidades que atuam na questão da convivência com o semiárido, pontuou. “Sou, inclusive, mais favorável à instalação das cisternas do tipo de placa, porque é um equipamento que envolve toda uma tecnologia social e comunitária de disseminação de conhecimento, estimulando a autonomia das comunidades rurais. Não podemos aceitar que um programa tão fundamental para a política de convivência com o semiárido seja tratado dessa forma”, disse.
A deputada destacou que o Governo do Estado precisa explicar porque essas cisternas estão paradas, deixando de acumular a água que vinha caindo nos últimos meses em algumas cidades do Interior. “Estamos no terceiro ano de estiagem e, nessa circunstância, não é aceitável que a burocracia e a falta de planejamento sejam entraves para questões tão emergenciais e básicas como o abastecimento de água. Antes da entrega dessas cisternas, as famílias já deveriam ter sido cadastradas, para que os equipamentos fossem devidamente instalados com urgência. Perdeu-se um tempo precioso”, constatou.
Eliane disse que vai também protocolar um ofício junto ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal, solicitando um trabalho de fiscalização na instalação e distribuição desses equipamentos.
Em aparte, a deputada Fernanda Pessoa (PR) se associou à preocupação da parlamentar socialista, defendendo a atuação do Ministério Público no caso. O deputado Antonio Carlos (PT) disse que, quanto mais célere for a instalação das cisternas, melhor. “A cobrança é correta, porque se estraga com o tempo”, disse.
O líder do Governo na Casa, deputado José Sarto (Pros), explicou que as cisternas de placa têm uma segurança maior, mas demandam mais tempo para serem executadas “e o que não temos no combate à seca é tempo”, justificou.
LS/CG