“A audiência de ontem teve como objetivo discutir a proposta de lei do deputado federal Sarney Filho (PV-MA) para que os rios maranhenses sejam geridos pela Codevasf. No entanto, o deputado federal Domingos Neto (Pros-CE) fez uma emenda colocando os rios cearenses da mesma forma. Temos que discutir isso, e acho que a proposta deveria ser tirada de pauta, pois não convém ao Ceará”, acredita Pinheiro.
O deputado lembrou a história do Dnocs no combate à seca do Nordeste brasileiro e no trabalho de convivência com o semiárido. “Ainda na época do imperialismo no Brasil, tivemos uma comissão que veio até o Nordeste para fazer um profundo estudo sobre a seca. Foi daí que surgiram as ideias de construir açudes, estudar quais plantas eram adequadas ao clima, que animais poderiam ser criados e tudo isso formaria o que hoje conhecemos como o Dnocs”, relatou.
Pinheiro frisou ainda que, por meio do Dnocs, acumularam-se conhecimentos na área da piscicultura, barragens, perímetros irrigados, entre outras soluções para o período da seca. “Se eu transfiro os rios do Ceará para a Codevasf, ela vai estar cumprindo uma função que já pertence ao Dnocs. Acho que foi importante a discussão, mas repito, incluir o Ceará é um equivoco”, afirmou.
Em aparte, o deputado Sérgio Aguiar (Pros) defendeu o projeto e disse que, após conversa com o deputado federal Domingos Neto, teve a certeza de que a ideia de esvaziar o Dnocs jamais passou por sua cabeça. “Seu cuidado em emendar essa proposta de lei era no sentido de ampliar a atuação da Codevasf no Ceará. A intenção é beneficiar os municípios ribeirinhos e ter alternativas de convivência com a seca. Sou favorável ao fortalecimento do Dnocs, apenas coloquei aqui o que ouvi do deputado Domingos Neto”, esclareceu.
Já a deputada Fernanda Pessoa (PR) disse que o importante é fortalecer o Dnocs. “Temos que pensar se essa iniciativa não irá enfraquecer esse órgão tão importante. Acho que, quando se divide, perdemos a força”, declarou.
LA/CG