Segundo ela, o principal problema do Governo é não reconhecer o fracasso da política de segurança. “Não podem negar as estatísticas, então tentam negar as críticas e tratá-las como se fossem mentiras. A ONU trouxe uma pesquisa mostrando que Fortaleza é a sétima mais violenta do mudo, e não há mais como negar isso”, enfatizou.
A parlamentar defendeu que o Governo precisa rever a fórmula de como fazer os investimentos no setor da segurança, pois, apesar de serem bilionários, não apresentam resultados efetivos. “Continua apostando numa política de segurança que já se mostrou totalmente fracassada, ao longo dos anos”, pontuou.
Para Eliane Novais, afirmar que a segurança é problema nacional é cair na vala comum, já que todas as questões são percebidas como nacionais. “No Nordeste, há um peso maior, já que há a desigualdade regional. No Ceará, o crescimento da violência tem particularidades, uma vez que o Governo foi eleito prometendo reduzir os índices de criminalidade, mas, ao contrário, atingiu patamares assustadores, como nunca havia ainda acontecido”. afirmou.
A parlamentar frisou que, no Nordeste, somente Pernambuco reduziu em 37% o número de homicídios, porque “construiu um programa de forma democrática e intersetorial. O resultado dos bilhões investidos na segurança no Ceará é o crescimento geométrico do número de homicídios. Como é que o Governo encara essa realidade tão cruel?”, questionou.
Roberto Mesquita (PV), em aparte, disse que o Governo não reconhece o seu fracasso porque não interage com a população. “Por isso é importante a alternância do poder, para devolver a sensibilidade ao político”, pontuou. O parlamentar revelou que a sua esposa já foi assaltada diversas vezes no trajeto de casa até a igreja que frequentam semanalmente. “O sentimento da população é hoje de pavor”, frisou.
JS/CG