A parlamentar abordou reportagem do jornal Diário do Nordeste mostrando que o Parque vem perdendo suas características originais, seja pela especulação imobiliária, seja pela construção civil, seja pela omissão do Poder Público. Conforme ela, há estudos que estimam que em torno de 40% da área total do Parque já foi tomada pelas construções ao longo dos anos. “Uma agressão a uma área de interesse de toda a população de Fortaleza, que tem influência direta na qualidade de vida de quem mora na Capital”, avaliou.
Eliane afirmou que o Parque do Cocó “vem sendo degrado também por dentro, a partir da poluição de seu rio”. De acordo com a deputada, a reportagem revelou que, não apenas o rio Cocó, mas os principais rios e lagoas são reprovados em teste de qualidade da água.
A parlamentar socialista lembrou que, em 2011, o jornal DN registrou uma visita técnica realizada por representantes do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) e por estudantes e técnicos ambientalistas de Fortaleza feita ao rio Cocó. Foi constatado que, dos oitos pontos monitorados, apenas a nascente, em Pacatuba, é própria para banho. “Ou seja, o rio Cocó está poluído em praticamente toda a sua extensão: cerca de 90%”, concluiu.
Na ocasião, de acordo com ela, os índices de contaminação eram assustadores, com 16 vezes mais presença de coliformes fecais que o ideal. A deputada apontou que as principais causas dessa degradação são os esgotos clandestinos e o despejo irregular de lixo, além da emissão de efluentes domiciliares e industriais no manancial, que desembocam através de bueiros e estações de tratamentos contaminadas.
Para ela, a situação mostra como “este Governo não trata uma questão essencial e básica, como o saneamento público, com a prioridade que merece”. Conforme a socialista, do rio Cocó para as zonas sul e leste da cidade não há rede de esgotamento sanitário. “Vivemos em uma cidade onde quase a metade da população não tem acesso à rede de esgoto”, informou.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) apontou que o problema do Parque Cocó é a falta de demarcação. O parlamentar disse que, se a delimitação não sair, corre-se o risco de os próprios parlamentares entrarem com uma ação alegando invasão ou tomadas de terra. “Por que o governador não toma atitude e define a área demarcada?”, questionou.
O deputado Camilo Santana (PT) discordou da deputada, destacando que, por determinação do governador, foi feito estudo da poligonal do Parque do Cocó e está se aguardando a apresentação do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Compam), para que sejam feitos os encaminhamentos. O petista disse que é investido mais de um bilhão de reais em saneamento por parte da Cagece e toda a Bacia do Cocó está sendo saneada.
LS/CG