Para Ely, esse levantamento não reflete a realidade. O deputado afirmou que acompanha o trabalho do secretário e acredita na sua vontade de melhorar a situação, mas que, infelizmente, não foi eficiente em reduzir os casos de violência. “Dr. Servilho é uma pessoa esforçada, honesta e está movido pelos melhores propósitos, mas não conseguiu reduzir o número de crimes no Estado. Ele só pode estar querendo subestimar a inteligência do nosso povo com esses dados. Onde ele assistiu a esse filme? Só pode estar trevaliando”, afirmou.
O deputado levantou vários fatores que levaram o Ceará a alcançar o atual cenário de violência, como a insatisfação da Polícia Civil e a descrença da população no trabalho dos policiais. “O número de policiais é insuficiente para dar conta da demanda, e a população, por sua vez, não acredita no trabalho da policia, por isso não presta queixa”, acredita Ely.
O parlamentar lembrou projeto de lei do Poder Executivo, aprovado pela Casa, que definiu o entorno do Palácio da Abolição como área de segurança máxima, para lamentar que, na mesma área, um estudante universitário teria sido morto na madrugada da última segunda-feira. “Aprovamos um projeto de lei do Governo que determina que o entorno do Palácio do Governo fosse área de segurança máxima. Eu polemizei a matéria, Heitor criticou, Hugo questionou e ainda assim foi aprovada. Agora mataram um universitário exatamente ali e o secretário traz esses números?”, questionou.
Para o deputado, existe uma preocupação em camuflar os verdadeiros números, pois, segundo ele, a imprensa local está constantemente divulgando casos de assaltos, mas não lhe dão a devida importância.“O governo não escuta esta Casa. O governador faz ouvido de mercador. Vamos jogar com a verdade, o povo não é trouxa”, frisou Ely.
Em aparte, o deputado Ronaldo Martins (PRB) lembrou que a Lei 14.106/2008 obriga a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado a enviar relatórios com o número de casos registrados para apreciação da Comissão de Defesa Social. “Se o secretário garante que isso está acontecendo, que ele envie esses números. Não é essa a realidade que estamos vivendo”, afirmou.
LA/CG