De acordo com o parlamentar, na operação foram presos ainda o irmão do coordenador, Carlos Nunes, e um coronel da PM da Bahia. Todos são acusados de fraudar o sistema que registra entrega de armas. “O esquema consistia em fabricar armas artesanais para receber a verba indenizatória. Ao todo, a fraude soma mais de R$ 1 milhão”, frisou Duca.
Para o deputado, “há uma hipocrisia nestes pilantras que pregam a paz, fazendo esquemas fraudulentos”. Segundo o parlamentar, os homicídios cresceram 7,6%, mesmo após 10 anos do Estatuto do Desarmamento. “Na prática, os bandidos estão armados e o cidadão comum, desarmado. O marginal aluga arma, rouba armas do Fórum e contrabandeia. Enquanto isso, a população fica refém desses bandidos”, afirmou.
Manoel Duca também observou que não é verdadeira a informação de que armas usadas em delitos sejam roubadas de particulares. “A maioria dos bandidos está armada com armas contrabandeadas, e não com fruto de roubos em residências. O Brasil é hoje o sétimo entre os países mais violentos, com mais de 50 mil homicídios por ano”, acentuou.
O deputado disse que está provado estatisticamente que o desarmamento não deu certo. “Em 2010, foram 38 mil pessoas assassinadas, superando os números registrados em anos anteriores. Temos que ter consciência disso. Nós precisamos nos garantir”, acrescentou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (SDD) observou que o Estatuto do Desarmamento é uma obra-prima da insegurança pública. “Só quem não foi assaltado barbaramente por alguém armado é que pode ser a favor do desarmamento. O fato que contribui para a violência é o desarmamento. Isto está comprovado estatisticamente”, disse o parlamentar.
O deputado Antonio Carlos (PT) defendeu que as armas não devem estar ao alcance da mão, para casos de desavenças de menor intensidade. “O fato de uma pessoa ter sido presa por fraudes na campanha do desarmamento não pode envolver pessoas que trabalham com boa-fé”, afirmou.
O deputado Delegado Cavalcante (PDT) disse que o acusado foi preso somente para averiguação. Para o parlamentar pedetista, Clóvis Nunes foi preso injustamente. “Todos podem ser vítima de injustiça. Eu o conheço há mais de 10 anos e nunca vi nada que maculasse a sua conduta. Isso é uma cruzeta”, avisou.
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