Segundo o parlamentar, trata-se de uma justa homenagem ao homem que fez muito pelo Brasil. “Nesta semana em que o País comemora 125 da nossa República, nada mais justo. João Goulart tem uma história de luta e resistência à tortura e à perseguição em um dos períodos mais ditatoriais do nosso Brasil”, pontuou.
O procedimento de exumação, coordenado pela Comissão Nacional da Verdade, tenta determinar se Jango foi envenenado durante a Ditadura Militar. O ex-presidente faleceu no exílio, na Argentina. “O enterro de Jango foi feito às pressas na Ditadura Militar. Essa homenagem é justa, 37 anos após a sua morte. Uma série de fatos levanta a ideia de que Jango foi envenenado pela operação Condor. O atestado de óbito dele traz: enfermidade”, afirmou o parlamentar.
Antonio Carlos ressaltou que o ex-presidente representava as reformas de base do País e atacava latifundiários, o sistema financeiro e a interferência americana. “O famoso comício em 30 de março, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, quando Jango deixou bem clara a vontade de enfrentar o governo norte-americano, foi a gota d’água”, disse o deputado, que ainda destacou a época em que o País foi parlamentarista. “Dois anos em que se tentou tirar o poder do presidente Jango, mas a população não aceitou. O acordo do parlamentarismo foi derrotado pelo povo”, acentuou ele.
Em seu discurso, Antonio Carlos lembrou nomes importantes da época, como Leonel Brizola. “Que se faça justiça, o golpe seria em 1961 e acabou ficando para 1964, exatamente por conta da resistência à Ditadura Militar em um dos maiores movimentos de resistência democrática”, afirmou. O parlamentar enalteceu ainda a tradição de luta do povo brasileiro: “a luta pela libertação de Portugal, pela República, contra a escravidão, pelos direitos civis. O povo brasileiro tem sim tradição de luta, embora a Ditadura Militar tente apagar isso da história”, pontuou.
Antonio Carlos comunicou o convite que recebeu para participar amanhã da fundação do Fórum de Defesa da UVA, em Sobral. “O convite veio do Sinduva, em defesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Temos que fortalecer as universidades públicas, principalmente agora, nesse momento de greve das estaduais, que pedem melhorias”, disse ele.
Em aparte, o deputado Ferreira Aragão (PDT) elogiou a homenagem que a presidente Dilma Rousseff fará a João Goulart e afirmou que também suspeita que o ex-presidente tenha sido envenenado. “Eu sempre desconfiei, a morte dele foi muito misteriosa, e a história está aí para mostrar”, afirmou.
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