Cavalcante comentou a situação pela qual passou recentemente, quando teve um mandado de segurança - para conseguir uma UTI para uma paciente no Hospital Geral de Fortaleza - ignorado pela Secretaria de Saúde. “Foi um constrangimento”, disse. A paciente, que não conseguiu o leito na UTI, morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento de Caucaia.
“Toda vez que alguém morre por falta de estrutura de hospital público é um crime cometido pelo Governo”, frisou. Ele aproveitou para criticar a situação em que muitos pacientes do HGF se encontram. “Ali é o piscinão do HGF; umas 200 pessoas doentes amontoadas esperando atendimento”, assinalou.
Cavalcante sugeriu, ainda, a existência de uma suposta “bisbilhotagem institucional”. De acordo com ele, “há câmeras coletando informações que são repassadas para o Poder Executivo, gerando uma interferência deste no Poder Legislativo”.
Em aparte, as deputadas Eliane Novais (PSB) e Fernanda Pessoa (PR) se solidarizaram com o pronunciamento do pedetista e disseram que um parlamentar “não deve passar por esse tipo de constrangimento”. Fernanda Pessoa informou que os hospitais públicos estão utilizando as macas que chegam com as ambulâncias do interior; enquanto Eliane avaliou a situação do HJF como um “reflexo do caos que se tornou a saúde pública do Ceará”.
Quanto à questão da “bisbilhotagem”, o vice-presidente da Casa, o deputado Tin Gomes (PHS), explicou que a AL não dispõe de câmeras nos corredores nem nos gabinetes, “apenas no Plenário”. “Estas, inclusive, desnecessárias, visto que trabalhamos com transmissões ao vivo”, completou.
PE/AT