Segundo Heitor Férrer, a população mostrou que está insatisfeita não apenas com o preço das passagens de ônibus, mas manifestou revolta contra casos de corrupção, falta de serviços básicos de saúde, uso de dinheiro público na construção de estádios, entre outros temas. O deputado ressaltou ainda que é inaceitável que o País tenha dinheiro para gastar bilhões de reais para construir estádios de primeiro mundo, enquanto milhares de pessoas esperam mais de um ano para fazer uma cirurgia.
“É uma reação natural à omissão do Estado brasileiro. Não podemos criticar quem vai à rua reclamar seus direitos. O movimento é legítimo e deve ser estimulado”, destacou o deputado, que também criticou os excessos de alguns manifestantes. “O povo tem direito de reivindicar, mas deve respeitar o direito de quem não está se manifestando”, pontuou.
O deputado questionou ainda a construção do Acquario do Ceará, que deve custar em torno de R$ 300 milhões, enquanto o Estado passa por uma das piores secas dos últimos anos. “Brasil é a sexta maior economia do mundo, e é o quinto maior mercado consumidor, mas a população não usufrui dessa riqueza”, disse.
Em aparte, o deputado João Jaime (PSDB) explicou que o movimento é contra corrupção, falta de assistência médica, mau gasto do dinheiro público e gastos exorbitantes com a Copa. Segundo o parlamentar, a Fifa lucrou R$ 6 bilhões e apenas 2,9% dos ingressos foram vendidos para os estrangeiros, o que demonstra que o evento não atrai tantos turistas, como dizia o Governo Federal.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) também aparteou, destacando o que ele chamou de inaptidão do governo em relação à seca no Nordeste e disse que as manifestações são contra os “desmandos do Palácio do Planalto”. E aconselhou o deputado Heitor Férrer a não centrar suas críticas no Governo do Estado, mas no Federal.
Heitor Férrer respondeu o deputado Fernando Hugo dizendo que o que acontece em nível federal, também acontece no Ceará.
O deputado Dedé Teixeira (PT) encerrou os apartes dizendo que a juventude exige mudanças, independente do partido político.
JM /CG