Para o deputado, a solicitação de Roberto Cláudio abre um precedente para que o mesmo pedido seja feito por outros gestores municipais, já que os níveis de violência estão altos e atingem também outras cidades do Estado.
Ele explicou que a sensação de insegurança no Ceará é a maior do Nordeste. “Estamos quebrando a ordem natural da vida; em vez de os filhos enterrarem os pais, estamos vivenciando diariamente a tragédia dos pais estarem enterrado os seus filhos”, afirmou.
Citando uma matéria do jornal O Povo, o parlamentar mostrou que, de 2009 até agora, o número de homicídios no Ceará cresceu 58%. Heitor Férrer destacou que o perfil dos assassinados é composto, principalmente, por jovens. “Os meninos que hoje estão com 17 anos, que são as maiores vítimas dessa carnificina, tinham 10 anos quando o governador do Estado assumiu. Hoje, eles estão com 17, 18 anos. O único mercado que esses meninos encontram é o das drogas, dos assaltos, dos homicídios. Nesse mercado não se sobrevive por muito tempo”, enfatizou.
Somente nesse fim de semana, pontuou o parlamentar, 30 corpos deram entrada no IML por assassinato, assinalando que esse número representa a quantidade de assassinatos que algumas cidades registram durante um ano inteiro, mas Fortaleza registrou só no fim de semana.
Heitor Férrer afirmou que o maior investimento dos programas de segurança é na Polícia e pouco se investe na prevenção. Para ele, seria necessário que houvesse mais foco em políticas de socialização, urbanismo e esporte. Ele lembrou que a Assembleia aprovou, por unanimidade, uma lei estadual que trata da contratação de clínicas de recuperação de dependentes químicos, mas que nada foi feito até agora.
O deputado Roberto Mesquita (PV), em aparte, citou alguns crimes ocorridos nesse final de semana, entre eles o assalto a uma equipe do Conselho Tutelar, no bairro Panamericano, onde o motorista chegou a ser agredido, além de sete assassinatos na região. Ele afirmou que o Estado vive uma calamidade nessa área, com altos índices de violência também no interior do Ceará.
O deputado Paulo Facó (PTdoB) destacou que o problema com a segurança pública acontece em todos os estados, mas no Ceará existe uma diferença: o alto volume de investimentos que nada resolveram.
JM/CG