A parlamentar, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, sugeriu que o Parlamento cearense faça uma moção de repúdio contra a eleição de Marco Feliciano, e esclareceu que não tem nenhuma relação com religião, mas sim com a conduta e as declarações públicas do deputado.
Eliane Novais destacou o protesto contra a indicação realizado em Fortaleza, no último sábado (09/03), quando outras nove capitais também realizaram atos semelhantes. Eliane Novais afirmou que uma rápida pesquisa na internet traz um histórico lamentável de declarações contra negros, portadores de HIV e homossexuais.
Ela citou alguns trechos amplamente divulgados: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica...” (30 de março de 2011); “A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!” (30 de março de 2011); “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição” (31 de março de 2011).
A deputada declarou que “é inaceitável que a casa legislativa eleja para a comissão de direitos humanos alguém que, em vez de defender, profere ataques às minorias sociais, reforçando velhos estereótipos e preconceitos. E o pior, alguém que, além de ser acusado de racismo e homofobia, também responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por estelionato”.
Ela destacou ainda que, até o início da manhã, uma petição on-line criada em favor da destituição do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos havia ultrapassado a marca de 360 mil assinaturas. A deputada afirmou ainda que 39 parlamentares aderiram a uma nota de repúdio à eleição de Marco Feliciano.
“Espero que o próprio deputado Pastor Marco Feliciano reconheça o prejuízo de sua eleição e tenha a humildade suficiente para renunciar ao cargo de presidente da Comissão, porque não há possibilidade de ele, que não tem nenhuma trajetória ou identificação com a temática e não reúne condições de diálogo com os movimentos sociais, conduzir esse colegiado tão importante para a afirmação dos direitos neste País”, afirmou Eliane Novais.
A deputada Dra.Silvana (PMDB) disse, em aparte, que irá entrar em contato com a Frente Parlamentar Evangélica para apurar as denúncias.
O deputado Roberto Mesquita (PV) também fez aparte para afirmar que tem todo respeito pela religião do deputado Marco Feliciano, mas que discorda de seu posicionamento e de sua conduta.
JM/CG
