Ele citou a iniciativa de o governador acompanhar a montagem do palco do Réveillon da Solidariedade, na Praia de Iracema, em Fortaleza. E de ir às ruas convidar, pessoalmente, cearenses e turistas para participar da festa. Para Mesquita, a mudança de Cid Gomes é reflexo do “recado” dado pelas urnas nas eleições municipais de outubro deste ano, quando o socialista apoiou Roberto Cláudio (PSB) à Prefeitura de Fortaleza.
Roberto Mesquita referiu-se à estratégia do governador de, durante a campanha, participar de vários atos de panfletagem nos principais cruzamentos de Fortaleza. “Elas (as urnas) mostraram que o povo quer um governante que atenda às necessidades de um Estado desenvolvido, mas também mais humilde. De certo, o governador de hoje não é o mesmo que entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o piso (salarial nacional) dos professores. Não caberia no Cid de hoje aquela ação. Estamos vendo um governador mais presente. Um governador saindo do seu palácio e indo às ruas”, ponderou.
O deputado disse acreditar que, com o perfil atual, o governador teria evitado a greve da Polícia Militar do começo do ano. A paralisação gerou caos em Fortaleza e diversas cidades do Interior. Os índices de homicídios bateram recorde. “Ele não passaria pelo vexame que passou nem causaria o transtorno que causou”.
Da mesma forma, conforme o parlamentar, Cid Gomes teria evitado o desgaste em torno do escândalo dos empréstimos consignados e se dado conta antes da necessidade de um órgão específico combater o tráfico de drogas no Ceará. “Após seis anos, estamos vendo cair a ficha do governador e ele se dar conta de que o vetor das drogas fomenta a violência. É uma política acertada, mas tardia”, lamentou.
Em aparte, o deputado Heitor Férrer (PDT) declarou que o Governo do Estado “tem mais virtudes do que defeitos”. No entanto, ponderou que um dos maiores gargalos dá-se no âmbito da segurança pública. “Diante de uma política fracassada de segurança pública, o combate à violência nunca se efetivou. O número de homicídios em Fortaleza aumentou 40% (de 2011 para 2012). Quando a política pública se queda ao número de assassinatos, tudo perde o sentido. Porque se perde a vida”, criticou.
BC/CG