Os altos índices de violência voltaram à pauta na Assembleia Legislativa. Ontem, o deputado Fernando Hugo (PSDB) mostrou-se preocupado com o crescimento vertiginoso do número de homicídios no Estado do Ceará. Segundo o tucano, somente nos quatro primeiros meses deste ano, foram registrados um total de 1.012 homicídios. .
Segundo o Mapa da Violência 2012, o mais completo estudo sobre os índices de homicídios no Brasil, as taxas cearenses continuam a crescer num ritmo bem acima da média nacional, mas agora impulsionada pelo crescimento acelerado da Região Metropolitana de Fortaleza, que cresce quase 8% ao ano e também com forte participação do interior – 5,5% de aumento ao ano.
Ainda segundo aquele estudo, o acréscimo anual eleva a taxa do estado a 29,7 homicídios em 100 mil habitantes no ano de 2010, superando a taxa nacional. “É um número esquizofrênico para se tratar de segurança pública. Nem numa guerra se tem tamanha carnificina e mortandade”, criticou o tucano.
Fernando Hugo salientou que as estatísticas são um alerta ao governador Cid Gomes (PSB), que, deveria discutir novas estratégias para combater a criminalidade no Estado. “Talvez sem a beleza morfoestrutural das viaturas de luxo e com carrinhos, motos e outros artefatos da força policial se possa ter mais soldados da Polícia Militar e mais inspetores da Polícia Civil correndo o campo, protegendo uma área maior e dando paz”, pontuou o parlamentar.
Sem dadosNo bojo dessa discussão, o deputado Heitor Férrer (PDT) criticou a ausência de relatórios bimestrais da Comissão de Defesa Social do Parlamento com as estatísticas de homicídios e apreensão de armas no Ceará. O pedetista informou, ainda, que entrará com representação contra o Poder Executivo no Ministério Público Estadual devido ao descumprimento da lei que obriga a divulgação desses relatórios. “Fui à comissão atrás desses documentos.
Resultado: não tem nada. Uma lei que não vale nada”, concluiu, ao considerar que, sem os dados, fica difícil monitorar o crescimento da violência no Estado. Comentando o crescimento da violência no Ceará, Férrer disse que “o programa de combate à violência redundou no fracasso. Isso é um atestado de que o combate não se faz só com carro de luxo, boa vontade do secretário de Segurança nem da devoção do delegado-geral da Polícia Civil. Existem outras políticas”, finalizou.