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Terça, 16 Outubro 2012 06:35

Coluna Política

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  O valor das alianças no segundo turno No primeiro turno, as alianças eleitorais - salvo exceções raríssimas - valem tanto quanto o tempo que agregam no rádio e na televisão. No segundo turno, a partilha dos espaços no horário eleitoral é isonômica, de modo que receber apoios passa a ter significado proporcional ao peso simbólico dessas alianças. De modo que, como regra, esse peso é muito restrito, dada a falta de referência e expressão dos partidos brasileiros. Além disso, transferência de voto sempre é processo complexo e delicado. Ainda mais quando se tem poucas semanas para efetivar essa derivação de apoio a alguém a quem se criticava e se enfrentava menos de um mês antes. De todo modo, é sempre melhor ter que não ter - isso vale para apoio político e, sobretudo, para voto. A adesão do PCdoB a Roberto Cláudio tem significado relativo, uma vez que o partido ficou com ínfimos 1,8% dos votos válidos. As de PDT e PPS ficaram significativamente menos relevantes depois que o apoio foi desautorizado pelo candidato Heitor Férrer - o responsável maior pela votação. Por outro lado, todas essas elas constroem significado político que, para além da transferência de votos, fortalece Roberto Cláudio. Sobretudo por criar a ideia de isolamento de Elmano de Freitas (PT) - situação com a qual petistas não escondem a preocupação. Não que seja surpresa. Nos debates do primeiro turno, o que se via já era o petista confrontado por sete adversários. Entretanto, até agora, o único motivo que Elmano teve para comemorar no segundo turno foram as posições de neutralidade. Ontem mesmo, foi até a Assembleia cumprimentar Heitor por simplesmente não pedir voto para seu adversário. Também pode celebrar as posições de Psol, PSDB e PSTU. Mas, nessa disputa simbólica, ele está em desvantagem considerável. O significado prático desses acordos, contudo, é bastante incerto. As pesquisas Datafolha e Ibope que saem nos próximos dias ajudarão a vislumbrar melhor o cenário que se projeta - sobretudo se o desvio em relação à realidade do sentimento do eleitor não se revelar tão acentuado quanto no primeiro turno. PCDOB ENGOLE A SECOO PCdoB já entrou machucado na eleição para prefeito de Fortaleza e saiu com mais cicatrizes que qualquer outra legenda. Desde a fase de articulações, o partido se sentiu traído pelas ofensivas de PT e PSB, que tiraram aliados do palanque de Inácio Arruda. Até o último momento, os articuladores de Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB) tentaram evitar que o PCdoB fosse para a disputa, na intenção de atrai-lo para os respectivos palanques. Na véspera do prazo final para o lançamento de candidaturas, os petistas ainda acenaram com a vice de Elmano, a Secretaria Municipal da Educação e a promessa de apoio à reeleição de Inácio como senador em 2014. Tudo em troca do apoio do PCdoB, que não veio. Já a campanha de Roberto Cláudio é responsabilizada pelo partido pela inviabilização da única aliança até então acertada, com o PP, que acabou migrando para o PSB na última hora. O pouco tempo de rádio e televisão, decorrente da falta de coligação, é considerado pela cúpula comunista como o fator determinante para o desempenho raquítico da candidatura. Passado o primeiro turno, ficou evidente a divisão entre os que preferiam apoiar um candidato ou outro. Logo ficou claro que a neutralidade não cairia bem a uma sigla que integrou a base aliada tanto da administração estadual quanto da municipal. Não era cabível o discurso de “nem ou nem outro” de Psol, PSDB, PSTU e mesmo de Heitor Férrer (PDT). A mágoa era visivelmente maior com o Governo do Estado. Além disso, o cenário nacional era argumento usado pelos elmanistas da legenda: na única capital em que o partido disputa o segundo turno – Manaus (AM) – o PSB apoia Arthur Virgílio (PSDB) contra Vanessa Grazziotin (PCdoB). No entanto, pesou mais o fato de o partido estar na administração Cid Gomes (PSB), com a estratégica Secretaria da Saúde. Além da maior sintonia - local e nacional - que existe entre as duas legendas, sempre queixosas da ambição petista por monopolizar a hegemonia da esquerda. OS ESPAÇOS DO PDTAo fechar o acordo para apoiar Roberto Cláudio (PSB) no segundo turno, ficou sinalizado que um dos vereadores pedetistas eleitos – Didi Mangueira ou Iraguassú Teixeira – será nomeado para cargo na Prefeitura, em caso de vitória do candidato. Provavelmente, para uma Secretaria Executiva Regional (SER). Com isso, seria aberta vaga para o primeiro suplente Plácido Filho, voz das mais ativas da oposição à prefeita Luizianne Lins (PT).
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