Objeto de desejo dos dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições na Capital, o apoio de Heitor Férrer (PDT), que obteve 20,97% dos votos válidos, poderá ser determinante para definir os rumos do segundo turno. Mas, de acordo com o presidente municipal do PDT, Papito de Oliveira, além de decidir qual dos candidatos será apoiado, a sigla discutirá ainda qual será o papel de Heitor nesta fase da disputa.  Isso significa que o PDT poderá abençoar um dos candidatos, mas poupar Heitor Férrer de subir no palanque. “Vamos discutir se ele vai assumir a campanha, se ele vai ser poupado. Essa é uma questão mais delicada”. Como o PDT compõe a base aliada do governador Cid Gomes (PSB), que apoia Roberto Cláudio (PSB), este poderá ser um critério para a decisão. “Ninguém pode negar que isso pesa. Participamos do Governo do Estado e acreditamos que faz uma boa administração. Mas também não significa que essa já seja uma decisão definitiva”, ponderou Oliveira. Ele considera democrático dialogar também com o candidato da atual prefeita Luizianne Lins, Elmano de Freitas (ambos do PT), mas afirmou que “a situação de Fortaleza está caótica”. Até ontem, o partido não havia sido procurado por nenhum dos candidatos. A ausência de Heitor Férrer nos palanques estaria relacionada à postura crítica, de oposição, que o parlamentar adota em relação às gestões municipal e estadual. “A presença dele talvez não seja conveniente. O PDT pode usar sua força e militância”. A decisão será tomada até a próxima sexta-feira, dia 12, quando as executivas estadual e municipal do partido se reunirão com todas as lideranças e parlamentares da legenda. “Vamos tomar a decisão baseado no que a gente considera que seja o melhor para Fortaleza. O que vai pesar são as propostas. É uma questão de princípios. Vai pesar também a nossa avaliação do ponto de vista político ideológico”, afirmou. Procurado pelo O POVO, Heitor Férrer culpou as pesquisas de intenção de voto por não ter conquistado vaga no segundo turno. “Me roubaram o direito de disputar o segundo turno. É inaceitável que o instituto de pesquisa dê um erro de 8%”, criticou. Mais uma vez, defendeu que o apoio no segundo turno será decisão do PDT. “Essa deliberação é do partido, mas vou dizer internamente qual a minha posição quanto a estes dois partidos”, garantiu. Psol, PSDB e PCdoBOs partidos de Renato Roseno (Psol), Marcos Cals (PSDB) e Inácio Arruda (PCdoB) ainda não deliberaram sobre qual candidatura será apoiada no segundo turno. No entanto, Roseno antecipou que o Psol não se identifica com nenhuma das candidaturas que estão colocadas. “Quero agradecer a todos que apoiaram nossa candidatura. Em nome da coerência, não podemos agora fazer acordo no segundo turno”, explicou. O POVO tentou contato com o candidato do DEM, Moroni Torgan e com a executiva municipal do partido, mas os celulares não foram atendidos. Por quê ENTENDA A NOTÍCIA Surpresa no 1º turno, Heitor Férrer pode influenciar seu eleitorado, caso apoie algum dos candidatos do 2º turno. Mas, como voz de oposição às duas gestões, representadas pelos dois candidatos, poderá ser poupado pelo PDT nesta fase da disputa.