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Quarta, 26 Setembro 2012 05:37

"PT cometeu um prejuízo ao chegar ao poder"

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Francisco Gonzaga afirma que o que papel do PSTU vai para além das eleições, se inserindo na luta cotidiana dos trabalhadores Francisco Gonzaga afirma que o que papel do PSTU vai para além das eleições, se inserindo na luta cotidiana dos trabalhadores FOTO: MAURI MELO
  Último entrevistado da série “A Hora da Verdade”, o candidato a prefeito de Fortaleza pelo PSTU, Francisco Gonzaga, afirmou ontem que o PT traiu a classe trabalhadora brasileira ao optar por “governar para os banqueiros e empresários” em detrimento às políticas de classe. “O PT cometeu um grande prejuízo quando chegou ao poder”, disparou. Para ele, os eleitores estão iludidos ao dar crédito ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à atual presidente Dilma Rousseff (PT). O postulante defendeu ainda que a maioria dos candidatos a prefeito de Fortaleza está preparando ataques à classe trabalhadora quando assumirem o Poder. Durante toda a entrevista, Gonzaga repetiu o projeto de seu partido, que defende priorizar uma governança com a participação direta do trabalhador. Leia os principais trechos a seguir. Ruy Lima - A pesquisa divulgada pelo Instituto Vox Populi mostra que o senhor saiu do zero e tem agora 1% das intenções de votos do eleitor de Fortaleza. Com que ânimo o senhor chega nessa reta final da campanha com uma intenção de voto tão inexpressiva?Gonzaga - Para nós, é motivo de orgulho. Para uma candidatura operária, para um programa que apresenta uma Fortaleza para os trabalhadores e uma candidatura que não é bancada pelas grandes máquinas, esse 1% representa muito, porque nós acreditamos que a eleição é um momento muito importante pra gente se apresentar com um programa, dialogar com os trabalhadores. Mas, a eleição vai passar e a luta vai continuar. Regina Ribeiro: O PSTU é um partido organizado desde 1994. Há 18 anos tem essa mensagem voltada para os trabalhadores. O senhor não acha estranho que em 18 anos o partido não consiga atingir justamente a massa para a qual ele se destina?Gonzaga: Acho que não é estranho, porque nós queremos nos apresentar como um projeto de mudança não só nas eleições para os trabalhadores. Quem pontua nas eleições não são as melhores propostas para os trabalhadores, mas as que são apresentadas como mercadoria, como quem vende um carro, como quem vende um sabonete. Regina: Mas não tem uma coisa errada com a mensagem do seu partido, que fala para os trabalhadores, se nem mesmo esses trabalhadores compreendem essa mensagem?Gonzaga: Não falamos com os trabalhadores só no período de eleições. O PSTU dialoga com os trabalhadores no dia-a-dia de suas lutas. Infelizmente, os trabalhadores são manipulados pelas suas ideias no momento das eleições. Erivaldo Carvalho: Mas esse diálogo não está existindo. Vocês são um grupo político que tem uma mensagem clara, mas parece que existe uma crise de liderança que não consegue atingir a classe trabalhadora.Gonzaga: Nós estamos falando de mensagem, de tempo de televisão e de máquina. Nós estamos falando de uma mensagem que não vai mudar a vida do trabalhador só nessa eleição. Então talvez não aconteça essa sintonia na compreensão da maioria dos trabalhadores: de achar que vai mudar sua vida através da luta. Jocélio Leal: O PSTU nunca tem uma candidatura com consistência nas eleições sucessivas das quais participou. Vocês nunca entram na campanha pensando em ganhar. Por que o partido insiste em apresentar chapa majoritária em todas as eleições? Por que ele não muda a estratégia e foca no Legislativo, por exemplo?Gonzaga: Nós vemos hoje, no cenário político brasileiro, que a esquerda - e eu estou aqui me referindo ao PT, que a maioria das pessoas ainda acredita, por causa do Lula, da Dilma - levou a um certo descrédito. Porque de um lado você vê as greves e as lutas acontecendo e, enquanto isso, infelizmente, o PT cometeu um grande prejuízo ao chegar no Poder e governar para os banqueiros, para os grandes empresários. O PSTU não se frustra em dizer que a mudança real na vida dos trabalhadores vai vir através da sua luta organizada. Jocélio: Mas porque vocês insistem nessa tática de disputar o Executivo e não focam no Legislativo, tentando eleger um vereador, por exemplo?Gonzaga: Essa não é a estratégia do PSTU. A estratégia do PSTU não é como a dos outros partidos de esquerda, que elegem um vereador; depois elegem um deputado estadual; depois, um federal, até chegar à Presidência da República. Nós sabemos que essa é uma luta que não vai mudar a qualidade da vida da classe trabalhadora. Regina: O senhor chegou a chamar de heroica a greve dos policiais militares no começo do ano. O senhor não se sente constrangido em apoiar uma greve que coloca em extrema fragilidade essa classe trabalhadora que o senhor tanto defende?Gonzaga: O PSTU é o único partido que nunca se esquivou de dizer que nós somos o partido de apoio aos trabalhadores. Quando um trabalhador vai à luta, ele é tratado como bandido. E foi essa administração Luizianne Lins que atacou os professores na Câmara dos Vereadores, foi esse o papel do Roberto Cláudio quando mandou bater nos professores dentro da Assembleia Legislativa. Pra nós, a candidatura do PSTU é de apoio a qualquer luta pra qualquer trabalhador dessa cidade. Erivaldo: Como seria o PSTU no governo? Teria uma assembleia para cada decisão a ser tomada?Gonzaga: Nós temos 119 bairros em Fortaleza. Então, nós vamos organizar os conselhos populares com representação em cada bairro, onde os trabalhadores vão decidir sobre o orçamento da nossa cidade. Jocélio: Qual a referência de cidade para o PSTU?Gonzaga: Nós vamos governar a partir das necessidades da nossa classe. Hoje, nós não temos nenhuma referência. Mas eu posso citar um exemplo da Rússia, em que os trabalhadores, antes do processo revolucionário, em 1905, começaram a se organizar com conselhos pra ter os seus representantes nas grandes lutas. E depois da revolução eles continuaram com essa referência. Ruy: Um dos pontos do seu plano de governo é o fim da isenção do imposto de serviço pago pelos empresários da área de transporte. Isenção que permite que o trabalhador pague uma tarifa de ônibus mais barata. O senhor não vê aí uma contradição? O PSTU, assumindo o governo, já anuncia o aumento da tarifa de ônibus para os trabalhadores?Gonzaga: É o contrário disso. Em matéria do jornal O POVO, um representante do Sindiônibus diz que todos vão pagar uma tarifa se for implementada a proposta que todos os candidatos estão fazendo. O trabalhador de Fortaleza não paga a passagem mais barata, porque a isenção é para o empresário de ônibus. O trabalhador paga os seus impostos, independente de ele estar empregado ou desempregado. Essa não é uma passagem mais barata. Quero deixar a mensagem aos empresários: vocês não se enganem conosco. Em uma gestão do PSTU, empresário não vai ter mais isenção de imposto. Nós queremos criar o passe livre para os desempregados, para os estudantes da nossa cidade, e não vai ser tirando dos trabalhadores e dando para os empresários. Internauta: O senhor acha justo cortar ponto de grevista, como o PT faz hoje?Gonzaga: Acho que isso é um retrocesso. O trabalhador sempre foi tratado com muita repressão. E hoje o PT não faz diferente, na esfera federal, na esfera municipal. Jocélio: Na hipótese de o senhor não conseguir chegar ao 2º turno, quem o PSTU apoiaria?Gonzaga: No 2º turno, apoiaríamos o Renato Roseno. Os demais candidatos não têm como a gente apoiar, porque eles têm projetos completamente diferentes do nosso. Jocélio: Por que o senhor se candidatou, se o senhor acha o Renato Roseno tão bom candidato?Gonzaga: Nós somos um partido político reconhecido pela maioria dos trabalhadores. Gosto muito do Renato, mas, infelizmente, não foi possível apoiá-lo. Quem ENTENDA A NOTÍCIA Francisco Gonzaga tem 54 anos e é candidato a prefeito de Fortaleza pelo PSTU. Operário da construção civil, é sindicalista do movimento operário e tem como principal bandeira a luta pelos direitos da classe trabalhadora. Bastidores O candidato Francisco Gonzaga (PSTU) chegou à redação do O POVO faltando quase uma hora para o início da entrevista. Na série A Hora da Verdade, foi o postulante que mais cedo chegou ao local onde é gravado o programa. Ele estava acompanhado de dois assessores. Um, jurídico. O outro, político. Durante os intervalos, ambos cochichavam no ouvido do candidato até ser retomada a entrevista. Durante toda a entrevista, a palavra mais citada pelo candidato foi “trabalhador”. O POVO contabilizou que Gonzaga pronunciou o substantivo cerca de 80 vezes ao longo da gravação. Entrevistadores Erivaldo Carvalho, 40, é formado pela UFC. Escreve sobre política há 11 anos. Oito dos quais no Grupo de Comunicação O POVO. Foi setorista, para o jornal, na Assembleia Legislativa. Ganhou prêmios. Redige a coluna Política às segundas-feiras. Foi editor-executivo do portal O POVO Online. É editor adjunto de Conjuntura do O POVO. Mediou o programa Debates do Povo, da rádio O POVO/CBN. É comentarista político. Regina Ribeiro começou a trabalhar no O POVO no início da década de 1990 como repórter de Cidades. Um ano depois foi convidada a cobrir a Assembleia Legislativa pela editoria de Política. Em seguida, foi para a editoria de Economia, onde passou nove anos e foi repórter, subeditora e editora. Trabalhou por cinco anos no Núcleo que edita os cadernos Vida&Arte, Buchicho e Guia. Foi também editora de Política antes de assumir o mandato de ombudsman, em 2002. Atualmente é editora das Edições Demócrito Rocha, braço editorial da Fundação Demócrito Rocha. Jocélio Leal, 39, é editor-executivo do Núcleo de Negócios, do Anuário do Ceará, do Anuário de Fortaleza e da revista O POVO Cenário. Assina a Coluna Vertical S/A há 10 anos e apresenta programas homônimos na TV O POVO e na Calypso FM. Deu aulas de jornalismo na Unifor por uma década. Fora do jornalismo foi assessor de imprensa no Senado, Secretaria do Planejamento e OAB-CE.
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