Culpa dos partidos
Desde o retorno do País à normalidade democrática, após os governos militares, a “ladaínha” mais “rezada” em congressos, seminários, salas de aula das universidades, igrejas, escolas, etc., vem sendo a mesma: os partidos estão na obrigação de moralizar os seus quadros, escoimando deles indivíduos indignos de ser indicados para disputar cargos eletivos. Parece que, quanto mais se insistiu nesse tema, mais as agremiações partidárias ignoraram as advertências. Não só mantiveram entre seus filiados elementos sem qualidades morais e éticas, e ainda engrossam suas fileiras com novos partidários com as mesmas deficiências. Não admira que, por conta disso, tenham sido realizadas CPIs na AL, para investigar desmontadores de prefeituras, fraudadores e improbos. Mas a prova mais evidente desses deslizes dos partidos é a onda de indeferimentos de candidaturas pelo Tribunal Regional Eleitoral, que supera todas as campanhas passadas. Destaque-se que essa onda moralizadora da Justiça Eleitoral teve como elemento motivador maior a existência da “Lei da Ficha Limpa”. Jamais se poderia imaginar que num pleito municipal, cerca de 40% dos candidatos fossem barrados, e o que é mais ilustrativo, em sua quase totalidade, ex-prefeitos ou ex-presidentes de Câmaras. Pelo visto, a “Lei da Ficha Limpa” e o julgamento do mensalão pelo STF, terminaram por trazer à sociedade a esperança de que, acende-se, finalmente, no fim do túnel da política nacional uma luz advertindo que o fim da impunidade está cada vez mais próximo. É preciso crer nisso.