Municípios "primos pobres"
O Ceará, mesmo tendo contado com boas administrações, nas últimas décadas, tem encontrado sérias dificuldades para se ver livre de um problema de muito difícil solução: as gritantes diferenças entre os seus municípios, no que diz respeito à economia e Índice de Desenvolvimento Humano. Alguém alegará que esse é um problema nacional. Embora seja verdade, não há como negar que, em nosso Estado, apesar do visível desenvolvimento, em todos os sentidos, de algumas dezenas de municípios, a esmagadora maioria dos demais ainda sofre as consequências de um sistema que tem se mostrado avesso a reformas necessárias. Veja-se, por exemplo, a distribuição de cadeiras federais e estaduais em relação aos 184 municípios do Estado. Qualquer levantamento, mesmo que superficial, mostra que as localidades mais desenvolvidas são aquelas que têm representantes na Câmara dos Deputados, ou na Assembleia Legislativa, ou em ambas. Há meio século, o velho deputado federal gaúcho, Raul Pilla, que por anos carregou nas costas, sozinho, o extinto Partido Libertador, chegou a propor que cada município tivesse um representante no parlamento estadual, como saída para amenizar as diferenças. Não foi ouvido, e sua proposta foi alvo de galhofa. Hoje, é sabido que, cidades que têm representante no Legislativo, levam, normalmente, todas as vantagens sobre quem não os têm, enquanto a pobreza aumenta entre os demais.
• Mal pagos. Para o deputado Ivo Gomes (PSB), os bancários são a categoria mais mal paga do País, diante dos lucros estratosféricos dos banqueiros.