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Quarta, 12 Setembro 2012 06:47

Coluna Política

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  Os critérios das pesquisas e o questionamento dos candidatos Os modelos de pesquisas eleitorais no Brasil são estabelecidos há décadas. Claro que qualquer candidato tem o direito de questioná-los, mas tentar fazer crer à opinião pública que padrões definidos há muito tempo e adotados no País inteiro foram usados especificamente para atingi-los é jogar para a plateia, tentar inflamar a militância e, sobretudo, subestimar a inteligência alheia. A ideia de que as simulações de segundo turno devem excluir todos os candidatos significa simplesmente inviabilizar essa forma de consulta. Felizmente, prevaleceu o bom senso. Cumpre esclarecer que todos os candidatos, foram, obviamente, incluídos na pesquisa estimulada. Apenas foi feito o mesmo recorte tradicionalmente usado pelo instituto, em uma das perguntas, relativa ao eventual segundo turno. O critério do Datafolha é simples, direto e conhecido: são feitas simulações de segundo turno apenas e tão somente com os candidatos que, na pesquisa anterior, apareciam na primeira ou na segunda colocação, ou tecnicamente empatados com os que estão nessas posições. Ou seja, aqueles que poderiam estar no segundo turno, naquela oportunidade. Na última pesquisa O POVO/Datafolha, Moroni Torgan (DEM) liderava isolado. Roberto Cláudio (PSB) tinha 16%, Elmano de Freitas (PT) tinha 15%. Ambos tecnicamente empatados. Heitor Férrer (PDT), com 10%, estava no limite máximo do empate técnico com Roberto Cláudio e, assim, na segunda colocação. Para entender: a margem de erro máxima é de três pontos percentuais. Com a variação para mais ou para menos, Roberto Cláudio podia transitar entre 13% e 19%. Já Heitor poderia ir de 7% a 13%. Ou seja, o máximo de Heitor coincidia com o mínimo de Roberto Cláudio. Diante dessa hipótese-limite Heitor foi incluído nas simulações. Já Inácio Arruda (PCdoB), com 7%, em cenário algum estaria tecnicamente empatado na segunda colocação. Assim, pela situação exposta naquela pesquisa, não havia possibilidade de o candidato chegar ao segundo turno. Por isso, ficou fora da simulação. Nada de novo em relação ao que sempre se fez. E aí cabe esclarecer: de forma alguma o Datafolha se propõe a definir quem tem chances e quem não tem de chegar ao segundo turno. Não é futurologia. Apenas se toma por critério a consulta anterior para fazer as simulações no levantamento seguinte. O Datafolha adotou o mesmo critério nas eleições de 1996, 2000 e 2004, nas quais Inácio sempre concorreu. A INVIABILIZAÇÃO DA CONSULTASe o entendimento fosse de que as simulações deveriam incluir todos os candidatos, ficaria impraticável aplicar tal questionário. Até porque, se a pesquisa anterior não é critério, não poderia, por tal raciocínio, ser usada para dizer que os cruzamentos serão feitos apenas entre o líder e os outros nove concorrentes. Seria, ainda nessa perspectiva torta, uma forma de favorecer Moroni, no caso. Então, somente poderiam ser feitas simulações se contemplassem todos os cruzamentos possíveis entre os 10 candidatos – desde um possível segundo turno entre Marcos Cals (PSDB) e Heitor Férrer até a eventual disputa entre Valdeci Cunha (PRTB) e Francisco Gonzaga (PSTU). Quem entende um pouco de pesquisa sabe que isso é inviabilizar o processo. Coisa que, a depender das circunstâncias, pode ser do interesse de alguns candidatos. CANDIDATOS, OS PROGRAMAS E AS GENERALIDADESNa entrevista à série A Hora da Verdade, ontem, no Grupo de Comunicação O POVO, Roberto Cláudio (PSB) foi questionado pelo jornalista Felipe Araújo sobre o que considerou generalidades em seu programa de governo. O candidato do PSB reconheceu, disse que seu plano para a gestão está em construção e que lançará a plataforma detalhada no próximo dia 20. O que Roberto Cláudio admitiu é o que ocorre com todos os candidatos, sem exceção. Os planos são diretrizes bem gerais e vagas por serem fruto do improviso. E aí há de se reconhecer que há gradações diversas, nas quais a gambiarra é maior ou menor. As campanhas não se prepararam para apresentar seus projetos para a cidade. Preocuparam-se, quando muito, com as acomodações políticas, os acordos partidários. Os programas administrativos são assunto para depois, feitos de última hora, com a propaganda na rua. É muito importante a determinação para que eles divulguem um conjunto de propostas já ao registrar a candidatura na Justiça Eleitoral. Dessa forma, o eleitor pode conferir o quanto houve de preparo prévio para antes de se partir para a caça aos votos. E o que se vê é pífio. As candidaturas estão em construção com o processo em pleno andamento. O processo está distorcido.
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