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Tasso, Cid e Girão representam CE no Senado - QR Code Friendly
Segunda, 28 Janeiro 2019 03:26

Tasso, Cid e Girão representam CE no Senado

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Cid Gomes Tendo governado o Ceará entre 2007 e 2014, Cid Gomes já foi deputado estadual por dois mandatos consecutivos, durante os anos 1990, e prefeito de Sobral também por dois mandatos, entre 1997 e 2004. O pedetista foi, ainda, primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará e, no segundo mandato, aos 32 anos, foi eleito por unanimidade para presidir a Assembleia, o presidente mais jovem da história do parlamento estadual. Após encerrar o mandato no Governo do Estado, Cid ocupou o cargo de ministro da Educação no segundo mandato de Dilma Rousseff, em 2015. Na ocasião, ele declarou, na Câmara Federal, que os deputados da base aliada que tinham cargos no Governo Federal deveriam “largar o osso” e que a Câmara tem “uns 400, 300 deputados” que são “achacadores”. Cid também subiu o tom para o então presidente da Casa, Eduardo Cunha, fazendo referência a escândalos de corrupção na Petrobras. Após o ocorrido, o cearense pediu demissão a Dilma, ao reconhecer que suas declarações criavam dificuldades para a base do governo. Em nível nacional, Cid tem destaque, ainda, por ser irmão de Ciro Gomes (PDT), que obteve 12,47% dos votos na última eleição presidencial, chegando a terceiro lugar no primeiro turno do pleito. Durante o segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), Cid atraiu atenção por fazer um discurso em um comício petista criticando a postura do PT na campanha e batendo boca com militantes, chegando a exclamar que “o Lula tá preso, babaca”. O senador eleito continuou declarando apoio com ressalvas a Haddad na eleição presidencial, mas a frase e o discurso como um todo foram apropriados pela campanha de Bolsonaro, chegando a aparecer na propaganda de TV do candidato do PSL. Nas articulações no Congresso Nacional, antes de assumir o cargo de senador, Cid tem liderado a consolidação de um bloco de oposição de esquerda a Bolsonaro que inclui PDT, PSB, PPS e Rede, mas isola o PT. Ele já declarou que o nome de seu colega da bancada cearense, Tasso Jereissati (PSDB), seria uma boa opção para a presidência da Casa, em uma eventual disputa contra Renan Calheiros (MDB-AL). Em entrevista após a vitória, Cid indicou que uma de suas prioridades no Senado será fortalecer a capacidade legislativa dos estados. “Os estados brasileiros têm realidades diferentes e precisam ter mais autonomia na capacidade de fazer leis e de adaptar a legislação às suas realidades”, argumenta, ressaltando que é defensor do federalismo e da ampliação do papel do Legislativo dentro dos estados. Para ele, há muita concentração de poderes legislativos na União, o que limita os outros entes federados. Na disputa pelo Senado, em 2018, figurou em primeiro lugar nas urnas, com 41,6% dos votos válidos. Seus suplentes são Prisco Bezerra e Júlio Ventura, ambos do PDT.       Eduardo Girão Eleito para seu primeiro cargo político, o empresário Luís Eduardo Girão chega dos setores de segurança privada, transporte de valores e hotelaria, sendo proprietário da produtora cinematográfica Estação Luz Filmes. Ele presidiu, ainda, o time de futebol Fortaleza Esporte Clube, em 2017. Girão é um dos fundadores do Movida, organização sem fins lucrativos que promove ações contra o aborto e organiza anualmente, em Fortaleza, a Marcha pela Vida. Além dessa pauta, ele elenca como objetivos futuros de sua gestão a regularização dos jogos de azar e atuar contra a liberação do comércio de drogas. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o empresário já se comprometeu a facilitar o diálogo entre o Governo Federal e o Estado do Ceará e adianta que atuará para dar governabilidade para o presidente, junto de seus correligionários na Câmara dos Deputados. Ele ressalta, no entanto, que o apoio é com ressalvas, discordando do capitão reformado em algumas áreas. É o caso, por exemplo, da flexibilização do porte de armas, que Girão considera não ser uma boa solução para o problema da segurança. O senador eleito se declara pacifista e avalia que o cidadão tem direito a ter arma em casa, mas não deve poder levá-la para a rua. “Briga de trânsito, briga de bar, discussão entre casais, com acesso fácil a arma de fogo isso se transforma em tragédia. Minha avó sempre dizia que temos cinco minutos de burrice por dia, então uma discussão com o chefe, um momento em que você não está bem, você com arma nas ruas, pode fazer uma besteira e acaba com sua vida e a vida da outra pessoa”, diz. Ele defende, ainda, que se combata privilégios a autoridades no Brasil, antecipando que dispensará prerrogativas parlamentares que considera “imorais” e “sem necessidade”. “Vou abrir mão de auxílio-moradia, carro oficial com motorista, plano de saúde. Temos que dar o exemplo de cima para o efeito cascata acontecer nos estados e municípios”, argumenta. Girão teve uma eleição inesperada para grande parte do eleitorado, tendo derrotado o adversário e atual presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB), com uma diferença de 0,16% do total de votos válidos. As pesquisas apontavam, até os últimos dias antes da eleição, que Eunício tinha mais do que o dobro da quantidade de votos de seu oponente do Pros. Seus suplentes são Sargento Reginauro (Pros) e Dr. Guimarães (Pros).   Tasso Jereissati Entre os três senadores cearenses que atuarão na próxima legislatura, o único que não foi eleito em 2018 é o tucano Tasso Jereissati – que é também o único dos três que começa 2019 já com experiência anterior na Casa Legislativa, sendo Cid e Girão novatos no Senado. A experiência política de Tasso abrange um total de três mandatos de governador do Ceará (o primeiro de 1986 a 1990 e os demais de 1994 a 2002), um de senador (de 2002 a 2011) e os períodos em que ocupou a presidência nacional do PSDB (de 1991 a 1993 e de 2005 a 2007). Após ser derrotado para o Senado em 2010, Tasso conseguiu voltar à Casa em 2014, devendo continuar no cargo até 2022. No primeiro mandato, ao longo da década passada, priorizou debates sobre violência e segurança. Tasso apresentou proposições nas áreas de tributação, orçamento, saúde, educação, pesquisas com células-tronco, combate às desigualdades regionais, financiamento agrícola e punições para o trabalho escravo. Ao ser eleito para o atual mandato, enfatizou a geração de empregos e obras para solucionar o problema da seca no Nordeste. Presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Em propostas polêmicas durante governo de Michel Temer (MDB), votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos e da reforma trabalhista. Para 2019, o senador está de olho na presidência da Casa, mostrando-se como alternativa à candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL). Chegou a ensaiar uma aproximação com o Governo Federal de Bolsonaro, tendo em vista um possível apoio na eleição contra o alagoano, mas o lançamento de Major Olímpio para concorrer ao cargo pelo PSL, partido do presidente, tende a comprometer a aliança. Tasso e Renan não são rivais recentes, já tendo protagonizado um embate dentro do próprio Senado. Os dois trocaram insultos após a leitura da decisão do então PMDB de recorrer ao Conselho de Ética contra o líder do PSDB na Casa, senador Arthur Virgílio. Renan chegou a se referir ao cearense como “coronel de merda”, o que foi rebatido pelo tucano afirmando que o emedebista seria interpelado por quebra de decoro. Renan ainda fez referência a denúncias de que o cearense teria usado dinheiro de sua cota de passagens aéreas para pagar combustível para sua aeronave particular. Tasso, no Ceará, segue sendo a principal figura de prestígio no PSDB e integra, ao lado do Pros, o maior grupo de oposição no Estado ao governo de Camilo Santana (PT). Tem destaque, também, por sua atuação no ramo empresarial, tendo em seu controle grandes companhias nos ramos de bebidas e alimentos, telecomunicações e shopping centers. Seus suplentes são Chiquinho Feitosa (DEM) e Fernando Façanha (PSDB).
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