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Sexta, 11 Janeiro 2019 05:21

Presidência da Câmara alça ex-vereadores à AL e Congresso

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A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) vem se mostrando um espaço de projeção para parlamentares que buscam cadeiras em outras casas legislativas. Apenas nas eleições de outubro passado, quatro vereadores foram eleitos deputados: Célio Studart (PV) para a Câmara Federal e Soldado Noélio (PROS), Acrísio Sena (PT) e Salmito Filho (PDT) para a Assembleia Legislativa do Ceará. Os dois últimos somam-se a uma bancada que tem sido crescente no Legislativo Estadual: a dos ex-presidentes da Câmara Municipal.   A partir de fevereiro, os dois irão dividir o Plenário 13 de Maio com, pelo menos, três outros ex-comandantes do Legislativo Municipal: Sarto Nogueira (PDT), Tin Gomes (PDT) e Walter Cavalcante (MDB). Os dois primeiros são, inclusive, nomes cotados para a presidência da AL-CE.   Para Acrísio Sena, é inegável que presidir a CMFor foi importante para conseguir ser eleito deputado estadual. "Chegando à Presidência da Câmara da quinta Capital do País, amplia-se o raio de diálogo e a imagem política", atribui o parlamentar, que obteve 27,8 mil votos na disputa de 2018, sendo mais de 40% do total, cerca de 12 mil votos, apenas em Fortaleza.   Segundo o petista, que tentava pela segunda vez chegar à Assembleia Legislativa, ter estado à frente da Casa municipal dá "maturidade" ao parlamentar. "A primeira utilidade de estar à frente de um Poder Legislativo, além da oportunidade de coordenar 43 vereadores, mas também relacionar-se com outros poderes", explica Acrísio.   Walter Cavalcante aponta, por outro lado, que ter presidido a Câmara Municipal não foi a pedra angular de sua candidatura para a Assembleia Legislativa. De acordo com ele, o conjunto do mandato como vereador pesou mais para a ascensão à Assembleia do que seu período como presidente da primeira Casa. "Não é o cargo de presidente que faz que você seja uma vitrine", diz.   Histórico   Como exemplo, ele aponta os casos de presidentes da Câmara Municipal que não ocuparam outros cargos, como Carlos Mesquita (PROS), que hoje ocupa o comando da Secretaria Executiva Regional (SER) III, e ex-vereadores que chegaram a outros parlamentos sem passar pela cadeira da presidência da CMFor, como a deputada federal reeleita Luizianne Lins (PT) - que também já foi deputada estadual e prefeita de Fortaleza por dois mandatos.   Assim, igual a ela, outros exemplos se destacam. Entre os 30 deputados eleitos em 2018 mais votados na Capital, há pelo menos 10 ex-vereadores, e só três deles - Acrísio, Walter e Salmito - de fato, foram presidentes. E dois, na verdade, encontram-se em extremos na lista. Enquanto Salmito foi o mais bem votado nesse grupo, Acrísio foi o que teve menos votos.   Na bancada federal, há exemplos semelhantes. Há cinco ex-vereadores entre os representantes cearenses na Câmara dos Deputados para a próxima legislatura, e nenhum deles chegou a presidir o parlamento municipal. "A conduta, a seriedade é o que faz com que a população julgue", argumenta Walter Cavalcante. Acrísio Sena também pondera que o cargo, por si só, não elege ninguém, mas potencializa, de acordo com ele, a carreira do parlamentar que o ocupa. "É um fortalecimento do currículo de qualquer vereador que passar por essa experiência".   Escola   Os que passaram pela CMFor, mas não pelo gabinete da presidência, caracterizam o Parlamento municipal da mesma maneira: uma escola. "Importante para discutir o nosso Município, mostrar que a gente tem a capacidade de discutir outros temas além da Segurança Pública", afirma o deputado federal eleito Capitão Wagner (PROS), que acumula, em outras eleições, os títulos de vereador mais votado da história de Fortaleza e, ainda, de deputado estadual mais votado da história do Ceará.   De acordo com o parlamentar do PROS, os dois anos que passou como vereador permitiram que ele chegasse a outros públicos além daqueles que acompanham a Segurança Pública, pauta que, na primeira eleição, o alavancou à Câmara Municipal.   Vitor Valim (PROS) argumenta o mesmo. Conhecido por apresentar um programa policial, aponta que o tempo no Parlamento permitiu que atuasse em diversas áreas. "Acho que os eleitores que acompanham os mandatários viram que realmente a gente se preocupou com todas as principais questões".   Segundo Valim, a Câmara o ensinou a lidar com todas essas questões. Ele, que foi também deputado federal por um mandato antes de ser eleito deputado estadual, afirma que, depois do tempo que passou na Câmara de Fortaleza, não sentiu "nenhum tipo de dificuldade em me movimentar na Câmara Federal".   Cresce a quantidade de ex-presidentes da Câmara Municipal de Fortaleza que são eleitos deputados no Ceará. Dois novos parlamentares eleitos para a Assembleia no ano passado já comandaram a Casa Legislativa pela qual passaram nos mandatos anteriores.   PALAVRA-CHAVE:
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