No fim da tarde desta quarta-feira, 72 políticos cearenses que foram eleitos em outubro passado participarão de solenidade de diplomação e darão o penúltimo passo antes do início de seus mandatos, no próximo ano. Elas serão responsáveis pela nova configuração da política cearense, que conta com um fortalecimento do governador reeleito Camilo Santana (PT), no Ceará, e com o crescimento da pauta conservadora nas casas legislativas e no Governo Federal.
Pelo menos 33 dos que serão diplomados hoje não faziam parte das Casas para as quais foram eleitos em outubro passado, representando uma renovação expressiva no Legislativo. O governador Camilo Santana terá pela frente a difícil tarefa de tentar se aproximar da gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro (já diplomado) para atrair os recursos importantes.
Base e oposição
Na Assembleia Legislativa, ele contará com uma oposição diminuta, representada por apenas oito deputados. No entanto, quatro deles são novatos no Legislativo Estadual e um quinto, Delegado Cavalcante, do PSL, retornou à Casa com remorso por ter sido preterido quando fazia parte da base governista, no passado. Porém, 38 parlamentares farão parte da base governista.
Na Câmara Federal, o governador reeleito terá ao menos seis deputados na Bancada Cearense fazendo oposição ao seu Governo: Capitão Wagner (PROS), Roberto Pessoa (PSDB), Heitor Freire (PSL), Vaidon Oliveira (PROS) e os senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (PROS), recém-eleito.
Alguns partidos se fortaleceram para 2019, como é o caso do PROS, que até então não tinha representante no Legislativo Estadual. A sigla elegeu dois deputados federais, dois estaduais e um senador. O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, também teve desempenho considerável no Estado, elegendo o deputado estadual mais bem votado, André Fernandes, e Delegado Cavalcante, além de Heitor Freire para a Câmara Federal.
No entanto, o PDT segue sendo a maior sigla do Estado, com 21 representantes nas casas legislativas, além da vice-governadora reeleita, Izolda Cela. O PT do governador Camilo Santana vem logo em seguida com sete membros, e o MDB, que não conseguiu reeleger Eunício Oliveira, tem cinco membros na Assembleia e Câmara Federal.
Diálogo
Presidente do Legislativo, Zezinho Albuquerque (PDT) afirmou que a relação entre Camilo e Bolsonaro deve ser de respeito, uma vez que o governador representa todos os cearenses. Para Renato Roseno (PSOL), a situação mudará para pior, a partir de 2019. Defensor do pensamento de esquerda, o parlamentar avalia com preocupação o crescimento da ideologia de direita nas casas legislativas. “A batalha continua pelos direitos sociais, pelos direitos do povo, pela democracia”.