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Segunda, 05 Novembro 2018 05:29

Tucano defende uma "oposição racional" a Bolsonaro

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Após amargar um dos piores resultados eleitorais de sua história, o PSDB tem encontro decisivo nesta semana.       Na quarta-feira, 7, em São Paulo, o partido deve decidir se apoia o novo governo de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência, como deseja o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). Ou se fará oposição ao sucessor de Michel Temer (MDB) no Palácio do Planalto.       No dia seguinte, na quinta-feira, os tucanos se reúnem no Ceará para discutir o cenário local e as estratégias do bloco oposicionista ao governador Camilo Santana (PT), reconduzido ao Abolição com quase 80% dos votos.       Presidente da legenda no Estado, o ex-prefeito de Jaguaribara Francini Guedes defende que o PSDB apresente uma agenda ao novo governo.   "A discussão de quarta é para tomar uma postura única (em relação ao governo Bolsonaro)", afirma.       "Eu, sinceramente, acho que temos de discutir o que é importante pra sociedade. Temos ideias sobre a Previdência, investimentos para o Nordeste, que tipo de investimentos, mudanças tributárias."       De acordo com Guedes, a oposição no Congresso "tem que se unir, formar uma agenda e fazer uma oposição racional, inclusive o PSDB".       Sobre a atuação do partido no Ceará, o dirigente admite achar "difícil haver negociações (com governo Camilo)". O tucano disse então que "determinadas posturas que a gente não aceita", sem especificar quais.       Deputada estadual tucana, Fernanda Pessoa reflete que o partido sofreu desgaste ao apoiar o governo de Temer, que assumiu a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).       "Eu fiquei satisfeita com as atitudes do Bolsonaro", respondeu a parlamentar, referindo-se à indicação de cinco ministros do futuro presidente.       Entre eles, o juiz responsável pelos casos da Operação Lava Jato na primeira instância, Sergio Moro, que ocupará a cadeira de ministro da Justiça.   "Mas vamos escutar o senador (Tasso Jereissati) e o presidente (Geraldo Alckmin)", acrescentou Pessoa.       À frente do diretório tucano em Fortaleza, Fernando Façanha confirma que a sigla tem encontro na quinta-feira para analisar estratégias no pós-eleições.       "É um momento novo", reconhece. "Vamos precisar avaliar tudo que aconteceu, onde erramos, onde acertamos, e, dentro disso, os governos Bolsonaro e Camilo."       Carlos Matos, deputado estadual pelo PSDB, ressalta que o momento é de autocrítica.       "É hora de forte reconstrução. A sociedade deu um grande recado, inclusive para o nosso partido. Se não repaginar, nos estamos mortos", disse em conversa com O POVO.       Matos, que tentou a reeleição para a Assembleia Legislativa do Ceará mas não obteve sucesso, assegura que o "partido recebeu muitas pancadas", mas ainda demonstra vigor. "Essa derrota vai permitir uma grande reconstrução do PSDB. Sem ela, não haveria essa mudança."       Questionado se a sigla deve apoiar Bolsonaro nacionalmente, o parlamentar lembrou que o PSDB já teve uma "péssima experiência" com Michel Temer, quando "abraçamos o governo, no bom e no ruim".       Para ele, a legenda "tem que preservar sua identidade". E projeta: "Vai ser uma reunião tensa na quarta-feira, com correntes de pensamento diferentes. Mas precisamos construir a unidade".       O POVO tentou contato com o senador tucano Tasso Jereissati, mas, até o fechamento da edição, não conseguiu retorno do parlamentar.       CEARÁ   Outro ponto em pauta no encontro do PSDB no Ceará é o resultado da eleição estadual. Segundo o presidente da legenda, "determinadas pessoas estão no partido por interesses pessoais"           HENRIQUE ARAÚJO
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