Desmontando os desmontadores
Vai longe o tempo em que, ao se aproximar mais um pleito, a Justiça Eleitoral, o Ministério Público e Segurança Pública preocupavam-se apenas com a legalidade dos partidos e das candidaturas, a mercantilização dos votos, a Segurança Pública e outros detalhes. Eis que, de algumas décadas para cá, uma nova categoria de criminosos veio à tona, sobrecarregando as autoridades: os “desmontadores” de prefeituras. Numa imitação caricata do que fez o decrépito czar da Rússia, Pedro, o Grande, que no dia 12 de setembro de 1812, em meio a um monumental porre, e apavorado ante a aproximação das tropas de Napoleão Bonaparte, mandou incendiar a capital Moscou, alguns prefeitos, ante derrotas iminentes e irreversíveis, se não chegam a “incendiar” suas cidades, agem com uma covardia que revolta: transformam suas prefeituras em “terra arrasada” , num ato de vingança que, se atinge seus desafetos políticos, atinge mais ainda toda uma população, tornando muitas cidades ingovernáveis. Este ano, pelo visto, essa situação deverá mudar bastante. Um grande passo deverá ser dado, amanhã, sexta-feira, quando o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios-TCM, Manoel Veras, terá reunião com representantes da Promotoria do Combate aos Crimes contra a Administração (Procap), cujo único foco será impedir, a qualquer custo, os desmontes de prefeituras, flagrando em plena ação os responsáveis por esses atos. Se o TCM e o Procap conseguirem reduzir, pelo menos pela metade as atividades desses maus políticos, o que as CPIs da AL não conseguiram, muitos municípios já estarão no lucro. Tais desmontes, além da inelegibilidade, deveriam levar os seus autores para o local que mais merecem: a cadeia.