A discussão sobre o julgamento do Mensalão, que inicia hoje, no Supremo Tribunal Federal (STF), marcou o retorno das atividades legislativas, ontem, na Assembleia Legislativa. O deputado Fernando Hugo (PSDB), que é candidato a vice-prefeito, salientou o rumo que o julgamento pode trazer para a política brasileira. Ele, também em seu pronunciamento, denunciou um suposto repasse de recursos pela Prefeitura de Fortaleza a Organizações Não-Governamentais (ONGs), em troca de apoio político. “É um mensaloira”, comparou.Fernando Hugo afirmou que, caso os “mensaleiros” não sejam punidos, isto irá estimular a corrupção em Fortaleza, citando a existência de um esquema de corrupção na Prefeitura, que denominou de “mensaloira”.“Se vocês forem à Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap) e ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco), vão ver que os fatos estão sendo milimetricamente apurados, encontrarão esse leito de corrupção que saíra do Paço Municipal direto para ONGs de vereadores em troca de apoio político, por conta do amparo dos prestígios que tinham com Luizianne Lins (PT)”, afirmou o peessedebista.Sobre o escândalo do mensalão, em 2005, cuja Procuradoria Geral da República (PGR), denuncia 38 pessoas acusadas de participar do esquema de desvio de recursos públicos, o tucano assegurou que “certamente, é o momento mais importante da Justiça brasileira. Um momento histórico, social, jurídico e político”.
DEFESAPara os aliados da prefeita Luizianne Lins os argumentos são infundados. O deputado Antônio Carlos (PT), ex-líder do Governo, disse que “quem não tem argumento, responde com baixaria”. Conforme ressaltou, foi no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que o processo de reeleição é eivado de denúncias, sem falar nos escândalos que, nem sequer, foram devidamente apurados. Diferente do que ocorreu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A deputada Rachel Marques, líder do PT na Casa, também retrucou as acusações do tucano. Segundo afirmou, o Mensalão é um julgamento político, antecipado e com interesses eleitoreiros. “Cabe aos magistrados essa responsabilidade. Fernando Hugo pegou uma carona do julgamento do Mensalão para poder fazer essa relação com a Prefeitura, com denúncias totalmente infundadas. Não podemos aceitar esse tipo de calúnia e difamação. Exigimos respeito pela posição que ela ocupa e pelos importantes serviços que tem prestado ao povo de Fortaleza”, disse. (Rochana Lyviann, da Redação)