“68% não conhecem os candidatos de Cid e Luizianne”: matéria de primeira página deste jornal (24/7). E mais: “as maiores coligações, mais estrutura e apoio dos principais líderes políticos do Estado ainda não foram suficientes para tornar conhecidos Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT). Ambos são desconhecidos por mais de dois terços dos eleitores.” Talvez por isto mesmo os dois estão procurando deus-e-o-mundo, se apresentando. E o eleitor, como sempre, recebendo pancadinhas nas costas e largos sorrisos de quem nunca viu. Mas isto faz parte do jogo. Jogo que só tem dois figurantes: o candidato e o eleitor. Esse negócio de dizer que “fulano é indicado por sicrano” é papo furado: não cola mais. O eleitor, embora fazendo cara de otário, é mais vivo do que pode imaginar a inexistente filosofia dos caras pálidas. Já se foi o tempo em que “beijinho, beijinho” ganhava eleitor. Isto é conversa do outroramente falando, como diria o Demitri Túlio. Mais do que sorriso e apresentações bombásticas de profissionais de microfone, queremos programa, biografias. Não dá mais dizer que “beltrano” é da Luizianne, “sicrano” é do Cid: programa, gente, programa. Não programa feito por especialistas pagos a peso de ouro, não: programas “olho no olho”. Não dá mais dizer que fulano saiu do bolso do partido A ou do B. Partido que só aparece na eleição, fuja dele como o cão da cruz. Morro de vergonha ao ver fotos de candidatos com sorriso de orelha a orelha. Orelha é para ajudar o ouvido a escutar o que não querem dizer, mas que sabemos o que significa. Sorriso em troca de voto? Voto em troca de sorriso? Mas, enquanto a imprensa dá espaços preciosos para os “mesmos”, há gente boa esquecida, jogada no final do noticiário: gente séria que está pronta para assumir a Prefeitura e até o Governo do Estado. Coitados: o espaço é mínimo para o que pensam e não conseguem falar. Pois eu gostaria de saber mais dos “outros”, pois dos mesmos sei muito, até demais. Que os jornais cubram os “desconhecidos”: se as nuvens as encobrem, nem por isto as estrelas deixam de existir. Deixem as nuvens passar. Adísia SáEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.sta