Perdendo substância
O atual contexto político tem mostrado maior tendência para o esfacelamento do sistema partidário. Cresce na mente dos brasileiros, preocupados com esse desmantelo de siglas, a certeza de que só uma reforma política poderia consertar o que está errado. Hoje, com porteiras de mão dupla escancaradas, funcionam quase 40 partidos e outro tanto aguarda vez na fila, sem melhora na qualidade dessas instituições. Enquanto em países de democracia sólida ninguém muda de partido, no Brasil, a troca de legenda constitui-se uma brincadeira que diverte a imprensa e serve de piada em bares e botequins. Trazendo o problema para o Ceará, o exemplo da Assembleia Legislativa é suficiente para ilustrar a falta de firmeza em relação à política partidária. O PDT, que iniciou a legislatura com três deputados, tem hoje 15, podendo ter mais até o fim da “janela partidária”, que se encerra no dia 7 próximo; e o Pros, que tinha uma reca polpuda de deputados, teve sua bancada reduzida a zero. Enquanto o interesse dos políticos promove esse troca-troca estonteante, o eleitor, sem entender razões que possam justificar o caráter da disciplina e da doutrina dos partidos, que não existe no primeiro caso e não é didática no segundo, vota para colaborar com o regime.
Bloco da solidão Coordenada pelo presidente da executiva regional, De Assis, uma manobra do PT enfrenta dificuldades no seu curso. O partido marchará com chapa pura para a Câmara dos Deputados, e também para a Assembleia Legislativa, sob a alegativa de não querer se empenhar para ajudar a eleger quem não pertence à sigla. Nessa caminhada, vai retornar à expressão menor, de quando começou no ABC paulista, purificado.
Meia volta, volver. O deputado Capitão Wagner voltou a denunciar, sem citar nomes, um integrante do staf do Governador que vive maritalmente com a ex-esposa de um marginal preso, num deplorável exemplo de como não se deve fazer política.
Pisando na bola.
O respeito a princípios éticos do estamento social jamais deveria ser violado para informes públicos, como se fosse um curioso edital de fofoca. Trata-se de descabida apelação que atinge muito mais o autor que a vítima.
Crime . O deputado Osmar Baquit tachou de crime policiais passarem ao deputado Capitão Wagner informações privilegiadas sobre suposto envolvimento de secretário com facções criminosas.