Candidatos à Prefeitura de Fortaleza na eleição de 2016, os deputados estaduais Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (SD) sabem os efeitos que uma “fake news” pode ter na campanha eleitoral.
Para Férrer, a divulgação das notícias falsas atinge, principalmente, aos candidatos que já possuem mandatos. “Toda tecnologia vem no sentido de melhorar a vida das pessoas, mas existem também o lado negativo. A fake news,por exemplo, traz esse aspecto negativo da internet. As pessoas plantam notícias mentirosas e isso é muito comum contra quem tem mandatos, e o pior, viram verdade”.
O parlamentar cita caso específico em que foi vítima das fake news. “Eu me lembro, perfeitamente, que na minha campanha para Prefeito de Fortaleza, lançaram a notícia de que eu ia servir carne de jumento na merenda escolar. Fizeram, inclusive, o prato com arroz, macarrão e um jumento em miniatura dentro do prato. Olha, que safadeza. Olha, que cretinice. Eu recebi vários telefonemas perguntando se era verdade, se eu ia servir carne de jumento. Porque o que não presta, cola. As pessoa tem uma tendência natural a acreditar muito mais na mentira do que na verdade”, ressaltou Heitor.
“Vou procurar me proteger, analisar com os que me auxiliam nessa área, para me resgardar”, concluiu.
Capitão
O deputado Capitão Wagner, que já colocou o nome a disposição para representar as siglas de oposição na disputa pelo governo do Ceará este ano, relembra o peso da divulgação de notícias falsas.
“No ano de 2016, tivemos um ataque feroz à nossa candidatura, na época em que disputava a eleição majoritária à Prefeitura de Fortaleza e, por conta disso, os adversários com muita força e com muito investimento conseguiram criar uma onda de notícias falsas em relação a mim. Desta vez, a gente tem procurado alguns técnicos, algumas pessoas, para que possam nos orientar, para que a gente possa se proteger, ou pelo menos minimizar as notícias falsas”, revelou.
Enquanto aguarda a definição sobre sua candidatura, o deputado diz que já vem sofrendo ataques. “A gente sabe que é muito difícil evitar que elas ocorram e , na verdade, já tem ocorrido, com menos incidência, mas, com certeza, começando o processo eleitoral elas virão com muita força e a gente precisa se precaver. Por isso, eu já tenho procurado alguns técnicos para nos orientar em relação a essa defesa que a gente precisa ter”, revela.
O deputado usa as redes sociais com frequência, através de vídeos e transmissões ao vivo, e destaca a importância do meio virtual para chegar ao eleitor. “A gente sabe que, hoje, pesquisas comprovam que, pelo menos, 50% da população cearense procura se informar através da internet, especialmente das redes sociais. Sendo assim, as pessoas vão, logicamente, receber muitas notícias falsas em relação às candidaturas. Não só a minha, mas as várias candidaturas e podem sim decidir seu voto através dessas notícias falsas. A gente vai tentar, na medida do possível, orientar os nossos eleitores e as pessoas que tenham acesso às nossas redes sociais para que elas analisem as notícias e não tomem posição antes de verificar se as notícias são verdadeiras ou falsas”, defende.
Wagner não acredita da efetiva fiscalização da Justiça eleitoral “por conta estrutura e da pequena estrutura a disposição dos servidores”. “Infelizmente, eu não acredito na eficiência da fiscalização até porque a Justiça eleitoral, além de fiscalizar as redes sociais, também vai fiscalizar as ruas, os eventos e, como o quantitativo de pessoas é pequeno e a estrutura que vai estar a disposição de veículos e equipamentos para fiscalizar é pequena,eu não acredito que, de fato, a fiscalização seja eficiente”.