Oposição ladeira a baixo
Após ser conhecido, em 2014, o resultado das eleições para governador entre Camilo Santana e o senador Eunício Oliveira, era voz geral que, ninguém tiraria de Eunício o Palácio da Abolição em 2018. Mas, a dinâmica da política provocou mais uma reviravolta no Ceará, repetindo 1962, quando UDN e PSD, rivais ferrenhos até então, se tornaram aliados, e o derrotado de 1958 – Virgílio Távora, obteve triunfo arrasador sobre Adahil Barreto, do PTB. No caso atual, o avanço das forças de oposição elegendo em 2014, dois senadores – Tasso e Eunício e consagrando um novo e promissor Capitão Wagner, que assustou na eleição à Prefeitura de Fortaleza, não foi suficiente para ameaçar, ao que parece, a reeleição do Governador. Para dificultar mais ainda, Roberto Pessoa e Lúcio Alcântara nada evoluíram e o PR está por um fio. Os dois cabos eleitorais mais fortes – Cabo Sabino e Capitão Wagner – deixaram a legenda agravando mais o clima litigioso com a briga Roberto Pessoa – Goreti Pereira. O partido marcha para a dissolução. Sim, é verdade: dissolução, mesmo. Roberto Pessoa anunciou que não permanecerá na legenda, tendo de votar em Camilo para o Governo. Nada contra a pessoa do Governador, mas ao esquema que ele representa. Como podemos constatar, as oposições, a cada dia, se tornam mais frágeis, quer pela ausência de um candidato, quer pela desunião das suas principais lideranças, a se constatar pelo isolamento do senador Tasso Jereissati, que não se entende mais com o senador Eunicio Oliveira. Esse seu ex-aliado mandou-se com armas e bagagens para as cercanias do Palácio da Abolição, onde aguarda, do lado de fora, o momento oportuno para anunciar a sua última bravata interessante.
Outro rumo. Segundo a deputada Fernanda Pessoa (PR), o partido teve sérias perdas, mas muitas lideranças leais permanecem e o caminho será o ingresso em outra sigla que tenha sinceros objetivos oposicionistas.