O dono da bola (e das camisas)
Sempre fui dono da bola nos rachas da Praça João Pessoa. Como não era de ficar de fora, fui escolhendo o gol, porque pouca gente queria ser goleiro. Aí, eu tinha camisa de goleiro, calção de goleiro acolchoado nas laterais, joelheiras e até munhequeira que era pra parecer com o Castilho, meu ídolo do Fluminense. Na medida em que o tempo passou, deixei de ser o dono da bola, mas tinha meu lugar garantido, porque, até hoje, pouca gente quer ser goleiro. Na política, quando cidadão nasce pra goleiro, arruma um partido pra mandar. E quando cresce da-se ao luxo de mandar até nas camisas dos times alheios. O senador tucano do Ceará resolveu que era ele quem mandava na candidatura do Capitão Wagner a qualquer coisa, começando por candidato a governador do Estado. Os tucanos, conhecidos por usarem os ninhos alheios para botar seus ovos, entenderam que, no Ceará, deveria ser assim. O senador Bonitão, dizem, escalou o deputado Wagner (PR) pra ser candidato ao Governo do Ceará em outubro do ano que vem. Normal. Rico, bonito e com cara de quem está prestes a pendurar a chuteira e não tendo quadros no seu time pra jogar de beque nem de center for, acharia que escalando o Capitão Wágner pro gol, pode mandar. Interessados no assunto anunciaram que o Belos Olhos barrou Bolsonaro no palanque do Capitão Wagner se esse vier a ser mesmo candidato. Não tem nada certo no momento da política cearense, a não ser o bater de pé do Lindo, criando as dificuldades, porque pra ele, o palanque do apadrinhado não pode se misturar com o soldado. Aqui, quem dá a ordem unida é ele. “l’état, c’est moi!” Bem, quem disso isso foi o Francini Guedes, presidente da tucanagem no Ceará.
HQ
Outra voz dissonante no PR, de onde o Capitão Wagner poderá sair para encarar o Pros, foi extremamente irônico no comentário: O Guarda Belo a mercê do Manda Chuva.