Os deputados estaduais repercutiram a operação da Polícia Federal, no Ceará, que investiga três delegados e 13 policiais civis da Divisão de Combate ao Tráfico por suspeita de tráfico de drogas, corrupção e outros crimes, realizada na manhã de quarta-feira (06) e defenderam combate a corrupção no âmbito da segurança pública.
Repercutindo a matéria do jornal O Estado sobre a desarticulação da suposta rede criminosa, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) lembrou que o caso está sendo investigado e ressaltou que, mesmo com os investimentos feitos pelo Governo do Estado, a insegurança é crescente.
“Houve aumento de policiais civis e militares, além da implantação do Batalhão de Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e delegacias 24 horas, porém precisamos debater mecanismos para combater a corrupção”, afirmou o parlamentar.
Para o deputado, a corrupção está presente em todas as instâncias e, no caso da Polícia, cabe à Corregedoria apurar os casos. “A Corregedoria não pode querer punir o policial que mata um bandido no exercício da profissão para se defender, mas também não pode ser branda e ficar sem investigar casos suspeitos de corrupção”, acrescentou ele.
Segundo Carlos Felipe, o que chamou atenção na reportagem do jornal O Estado foi o selo pela apuração dos fatos. “Parabéns ao jornal que anunciou o assunto, mesmo sendo bastante delicado”, assinalou.
O deputado Capitão Wagner (PR) defendeu que policiais que agem com “má conduta” sejam expulsos da corporação. “É uma denúncia gravíssima e devemos extirpar os que fazem algo ilícito, além de debater mecanismos para combater a corrupção”, destacou o parlamentar.
Já o deputado Renato Roseno (Psol), além de defender o debate, cobrou um posicionamento do Governo do Estado sobre o caso. Para o deputado Fernando Hugo (PP), o ocorrido serve de “alerta” para a Corregedoria. “As suspeitas de corrupção e denúncias devem ser investigadas a fundo”, disse ele.
Idalmir defende punição caso comprovado crime
O assunto também foi levado à tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza. “Hoje, gostaria de repercutir os fatos ocorridos no seio da sociedade. Três delegados foram afastados e aqui condeno esse procedimento de afastamento por não terem dado o direito deles se defenderem. Se não tiverem culpa de nada compete a eles pedirem indenização ao Estado, pois como o cidadão confiará novamente nessa autoridade policial? Agora se foram realmente responsáveis pelos crimes que são acusados deverão responder”, frisou o vereador Idalmir Feitosa (PR) ao repercutir o caso.
Na quarta-feira (06), a Operação Vereda, da Polícia Federal no Ceará, cumpriu 27 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor) e 10 mandados de afastamento de funções, com recolhimento das armas e identidades funcionais. Dois policiais civis da Divisão de Combate ao Tráfico e uma outra pessoa foram presos. A operação investiga três delegados e 13 policiais civis da divisão por suspeita de tráfico de drogas, corrupção e outros crimes.