O PSDB no Ceará quer se aproximar cada vez mais da população, conforme defende o novo presidente estadual da legenda, Francini Guedes. Dessa forma, o partido pretende trabalhar pautas de interesse da sociedade, tendo como meta inicial discutir assuntos como as reformas em debate no Congresso Nacional.
Nos últimos quatro anos, o trabalho do ex-presidente da sigla, Luiz Pontes, foi de reformular a legenda no Estado. Seu sucessor, agora, quer dar uma cara nova ao partido, buscando uma maior interação entre a sigla e outros setores da sociedade.
A nova executiva estadual do PSDB, empossada no último dia 10, é formada por Francini como presidente, tem o médico Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Cabeto, na vice-presidência; e o executivo Geraldo Lucena na 2ª vice-presidência. A vereadora Emília Pessoa é a 1ª secretária; Camila Castro, a nova tesoureira; e o engenheiro João Barroso, o secretário-geral.
Francini Guedes disse ao Diário do Nordeste que o objetivo da legenda, agora, é estar mais próxima da sociedade civil organizada e da população como um todo. No entanto, a formação da executiva, composta por empresários, um executivo, um médico e um engenheiro demonstra que o partido, no Ceará, ainda tem dificuldade de atrair representantes de outras classes da sociedade cearense.
Segundo ele, o desafio da legenda tucana é "lutar para criar uma nova ética no País" e, para isso, pretende apresentar o maior número de candidatos às casas legislativas em 2018.
Crise
"Ainda não temos metas, mas vamos discutir tudo isso. Disse no PSDB que não discuto mais o eu, mas o nós. Estamos vivendo uma crise muito grande, e temos líderes com ações que não são aconselháveis", apontou.
Ainda de acordo com o dirigente, o PSDB tem bons nomes para a disputa eleitoral do ano que vem, mas é preciso construir um diálogo com outros partidos de oposição. "Não vamos discutir isso sozinhos, mas com os outros", destacou. O tucano, porém, tem defendido o nome do senador Tasso Jereissati para a disputa pelo Governo do Estado.
Sobre o apoio do partido ao Governo de Michel Temer (PMDB), ele defendeu que "está na hora de acabar". "Não faz mais sentido. Ele tem práticas que não são desejáveis para a sociedade, e o povo está cobrando isso", justificou. Guedes ressaltou que o seu antecessor fez um "ótimo trabalho" no Interior do Estado, assim como junto ao PSDB Mulher e à juventude, o que fez com que esses dois setores crescessem na sigla nos últimos anos. "Em muitos municípios foram abertos diretórios que não existiam", comemorou.
Segundo Guedes, a ideia é fazer com que o PSDB discuta "o que é bom para o País" com a sociedade civil, a juventude e empresários. "Não queremos tomar decisões sozinhos", frisou.
Coligar
Do ponto de vista partidário, para 2018, em busca de eleger o maior número possível de nomes para a Assembleia Legislativa e para a Câmara Federal, o PSDB pretende se coligar com outras legendas no Ceará. Pela Reforma Política, a formação de coligação proporcional só será proibida a partir de 2020.
Segundo informou o ex-presidente da legenda, Luiz Pontes, o partido vai tentar eleger pelo menos três representantes à Câmara Federal e três à Assembleia Legislativa do Estado. Ele é pré-candidato a uma das 46 vagas do Legislativo Estadual.
Já há algum tempo a legenda não elege mais que um nome para as duas casas no Ceará. Atualmente, tem um senador da República, Tasso Jereissati; um deputado federal, Raimundo Gomes de Matos; um deputado estadual, Carlos Matos; e um vereador em Fortaleza, Plácido Filho. Para Luiz Pontes, caso Tasso seja candidato a governador, a possibilidade de a sigla tucana eleger mais nomes é maior.