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Homicídios serão efetivamente tratados como epidemia - QR Code Friendly
Terça, 14 Novembro 2017 04:27

Homicídios serão efetivamente tratados como epidemia

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A evolução dos homicídios em Fortaleza será acompanhada e tratada, de maneira efetiva, como um problema de saúde pública, a partir de janeiro de 2018. Através de boletins epidemiológicos, o Executivo municipal irá diagnosticar as principais causas e fatores influenciadores dos assassinatos, sobretudo da população jovem. A ideia é, a partir dos dados, criar políticas públicas específicas de prevenção e acompanhar os grupos mais afetados pela violência.   Sobre o assunto   Boletim é uma parte da política de prevenção de homicídios Fórum reúne pesquisadores e comunidades “Vamos avaliar cada uma dessas mortes. As condições sociais dos familiares, o ambiente, horário. Dar o mesmo tratamento dado aos picos epidêmicos de doenças infecciosas. Acompanhar a morte, a circunstância dela para, entendendo esses dados, profundamente, ter um conjunto de ações direcionadas, nas circunstâncias sociais e familiares, aos territórios mais vulneráveis”, assegurou o prefeito Roberto Cláudio (PDT). As declarações ocorreram durante o 1º Diálogo Intersetorial do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA), na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa. Membros do Comitê apresentaram os índices de criminalidade, que haviam sido antecipados pelo O POVO durante a série de reportagens Guerra nos Territórios, publicada entre 8 e 11 de outubro último. Conforme a pesquisa realizada, de janeiro a julho deste ano, em média, um adolescente foi assassinado por dia na Capital. Foram, ao todo, 222 vítimas com idade entre 10 e 19 anos. Numa comparação com o mesmo período de 2016, houve aumento de 71% dos casos. Considerando todo o Estado, 522 jovens foram mortos no primeiro semestre de 2017. Os números de janeiro a setembro também foram divulgados, sem o comparativo com o ano anterior. Em Fortaleza, 293 jovens foram mortos. No Ceará, foram 709 jovens mortos. Comitê executivo O prefeito destacou que a publicação dos boletins será mensal e terá o mesmo formato adotado para doenças como a dengue e a chikungunya. A medida será uma das primeiras ações de curto prazo do Comitê Executivo Municipal pela Prevenção dos Homicídios na Adolescência (Cempha), lançado no último dia 20 de outubro, já como resultado da pesquisa realizada pelo CCPHA. “O papel do Município não é combater, repressivamente, a violência. Isso não está nem no escopo constitucional dele. O papel é esse: construir políticas sociais e urbanas que possam modificar as circunstâncias onde o homicídio juvenil acontece”, completou o prefeito, ao garantir que, uma vez elaborados os projetos, o Executivo deve assegurar aporte financeiro para a execução das medidas.   Números   293 jovens foram assassinados em Fortaleza, entre janeiro e setembro deste ano   Saiba mais O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência foi instituído em 2016 na Assembleia Legislativa, em parceria com o Governo do Estado, a Unicef e instituições do poder público e da sociedade civil.   Foram mapeadas as famílias que tiveram adolescentes assassinados, em 2015, em sete cidades: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Maracanaú, Caucaia, Horizonte e Eusébio  THIAGO PAIVA
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