Mesmo com uma série de pendências para que o quadro de 2018 comece a se desenhar, a sucessão ao Governo do Ceará está na agenda dos principais partidos cearenses, sobretudo, os de oposição. O principal entrave, hoje, para as legendas é saber se o senador Eunício Oliveira (PMDB), também presidente do Senado Federal, permanecerá ou não no bloco. Ontem, o deputado Capitão Wagner (PR) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para garantir que a oposição apresentará uma “chapa completa” para concorrer ao pleito do ano que vem.
O parlamentar explicou que a construção da oposição para a disputa de eleições é “diferente” da construção do grupo governista. “Diferentemente da situação, nós conversamos, de forma democrática, com todos os parlamentares que compõem o bloco de oposição a fim de formar uma chapa competitiva e vitoriosa que atenda os anseios da população,” salientou ele.
O deputado disse, ainda, que em “um Estado tomado pelo crime organizado a oposição precisa oferecer um novo plano” de gestão para a população. “Reafirmo a oposição do Estado do Ceará não irá se aliar a um grupo político que possui uma família ditando os rumos que devem ser tomados, sem consultar a população,” ressaltou ele numa crítica ao grupo liderados pelos ex-ministros Ciro e Cid Gomes.
Ao jornal O Estado, Wagner salientou que os grupos opositores não vão aceitar um “acordão” e quem se unir a situação fará uma decisão “unilateral e não será seguida pelos demais partidos”.
Sobre a possibilidade de Tasso Jereissati aceitar a candidatura ao governo do Estado, Capitão Wagner minimizou afirmando apenas que “existe sim a possibilidade” do tucano disputar as eleições do ano que vem, mas caso isso não venha a acontecer, a oposição apresentará uma “chapa completa” para concorrer ao pleito de 2018.
“Não apresentaremos candidaturas apenas para demarcar espaço, mas sim com condições de disputar e vencer para apresentar soluções para os diversos problemas enfrentados pela população do Estado do Ceará”, finalizou.
Pedido
Wagner disse também que, na última sexta-feira (06), lideranças de oposição estiveram reunidas com Tasso Jereissati e, na ocasião, pediram para que ele refletisse sobre a possibilidade de disputar as eleições do próximo ano. Entretanto, segundo Wagner deixou claro, não houve manifestação do tucano sobre o pedido dos aliados.
“Na ocasião tivemos a oportunidade de discutir e fazer um pedido ao senador Tasso para que pudesse, mais uma vez, sacrificar o seu convívio familiar e o dia a dia para que venha disputar as eleições do próximo ano,”frisou o parlamentar.
“Chapa perfeita”
O deputado Genecias Noronha (SD) diz ver com “naturalidade” a movimentação dos partidos de oposição, que, segundo ele, saíram fortalecidos da última disputa eleitoral ao Palácio da Abolição. O parlamentar, por sua vez, defendeu o nome do senador Tasso para sucessão estadual, assegurando que “antes Tasso era resistente a possibilidade de disputar o Governo, hoje não mais”. E arriscou ainda a dizer que a “chapa perfeita” da oposição seria: “Tasso ao Governo e Eunício e Capitão Wagner ao Senado”.
“Ícone político”
Para o deputado Odilon Aguiar (PMB), a atual gestão estadual não conseguiu resolver diversos problemas críticos em áreas como segurança pública e hídrica, além da saúde. Disse, ainda, que a população cearense “clama” por um projeto alternativo de Governo. “É responsabilidade da oposição apresentar um novo projeto ao Ceará, criando novas esperanças para a sociedade”, salientou.
Já o deputado Roberto Mesquita (PSD) considerou que nomes da oposição devem ser estimulados a disputar o Governo e defendeu que o senador Tasso pode ser um “grande candidato”. “Ninguém melhor do que a figura do Tasso, que é um ícone político, para capitanear este novo projeto à sociedade cearense”, analisou Mesquita.