Os dois primeiros meses do segundo semestre na Assembleia Legislativa foram da mais tranquila paz, com uma oposição bem comedida e a base governista cada vez mais ausente dos debates no Plenário 13 de Maio. Até as críticas feitas pelos oposicionistas diminuíram durante as discussões na Casa. Deputados entrevistados pelo Diário do Nordeste disseram que já perceberam uma participação mais apática dos parlamentares, e atribuem isso à indefinição de suas lideranças políticas quanto uma possível aliança entre os até recentemente adversários Camilo Santana e Eunício Oliveira. Eles acreditam que as discussões podem ficar mais acaloradas quando da discussão nas comissões técnicas e no Plenário 13 de Maio quanto à proposta do Poder Judiciário de alteração nas comarcas judiciais no Interior do Estado. Há ainda quem defenda que o clima de paz durará somente até uma definição dos nomes que serão apresentados para a disputa de 2018 para a Presidência da República. O deputado Fernando Hugo (PP) disse ao Diário que a aliança entre Eunício Oliveira e Camilo Santana será das ações mais benéficas para a população cearense. No entanto, sinalizou que não existe possibilidade de apoio à candidatura de Lula, como defendem petistas. O mesmo ponto de vista é defendido por outros parlamentares da base de Camilo. Do lado da oposição, parlamentares lamentam o clima de pouca participação da bancada, com discursos cada vez mais escassos, e quando são feitos pouco influenciam no debate na Casa. Eles acreditam que a partir do fim deste ano haverá um estímulo para que o bloco retome suas posições, visto que há sinalização de fechamento de chapa oposicionista até novembro, como disse o presidente do PSDB, Luiz Pontes, ao Diário. Para Ely Aguiar (PSDC), quando há a falta de oposição "sobra espaço para a omissão, subserviência e acomodação". Segundo ele, a Assembleia está vivendo este momento, principalmente, porque até então não foi lançado nenhum nome que faça frente ao governador Camilo Santana em uma disputa pelo pleito de 2018. Rachel Marques (PT), por outro lado, afirmou que a falta de debate tende a ser prejudicial quando impossibilita que projetos de interesse da sociedade sejam aprovados. "Acho que os embates são importantes e que o no parlamento os confrontos são positivos", afirmou. "Eu tenho sentido um processo de desarticulação da oposição. Ela não é mais a mesma, até porque alguns passaram para a base do Governo", disse Elmano de Freitas (PT). Alguns discursos pontuais têm sido apresentados, mas que rapidamente se dissipam, são apresentados por Renato Roseno (PSOL), Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (PR). Até pouco tempo feroz opositor da gestão Camilo Santana, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) afirmou que havendo necessidade de se utilizar de um discurso mais firme, ele o fará