Na sessão de ontem, da Assembleia Legislativa, as questões eleitorais tiveram espaço garantindo. Três deputados subiram à tribuna para reclamar de desentendimentos locais provocados pela disputa eleitoral. Dessa vez, as querelas foram em Maracanaú e Morada Nova. A Mesa Direto pretende se reunir na próxima semana para discutir o uso da tribuna neste período de eleição municipal. Hermínio Resende (PSL) e Júlio César Filho (PTN) reclamaram o fato de a Câmara Municipal de Maracanaú ter desaprovado, na quarta-feira, as contas do ex-prefeito do Município, Júlio César Lima (PSD), referentes ao ano de 1998. Júlio César vai disputar o cargo de prefeito da cidade este ano. Para os deputados, a votação foi uma "imoralidade" e "desespero", por parte do atual prefeito da cidade, Roberto Pessoa (PR), que apoia a candidatura do Firmo Camurça (PR). Hermínio Resende era vice-prefeito da cidade em 1998. De acordo com ele, as contas do referente ano já tinham sido aprovadas por unanimidade em 2001, pela Câmara Municipal daquele Município. "Atribuo (a desaprovação das contas) ao desespero que hoje está levando os vereadores da situação em relação à candidatura que é oposição", pontuou. Já Júlio César Filho, alega que o pai foi vítima de uma manobra política, pois segundo o parlamentar, Júlio César vem despontando nas pesquisas eleitorais já realizadas. O parlamentar disse que vai entrar com um mandado de segurança para suspender a sessão plenária que desaprovou as contas de 1998. Tumultuar Os pronunciamentos dos dois parlamentares ganharam a atenção de outros deputados, principalmente da deputada Fernanda Pessoa (PR), filha do atual prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa. A parlamentar acusou Júlio César Filho de tumultuar a sessão da Câmara Municipal da cidade e de faltar com respeito aos vereadores. Outra discussão municipal provocada pela eleição e levada ao plenário da Assembleia, ocorreu em Morada Nova. O deputado Delegado Cavalcante (PDT) reclamou de não ter tido sua filiação partidária registrada no diretório municipal do Município o que acabou inviabilizando sua pretensão de disputar as eleições na cidade como candidato à Prefeitura. O pedetista agora quer destituir a comissão provisória do PDT de Morada Nova e anular a convenção partidária ocorrida ali. Durante o discurso, o pedetista disse ter sido traído por um político da cidade a quem ele teria dado tudo, inclusive "emprego" em uma secretaria do Estado, admitindo então, ter cometido um crime eleitoral. Está se tornando comum deputados subirem à tribuna para destacar as realizações já feitas por candidatos que disputam prefeituras, ou mesmo anunciarem as candidaturas que os partidos conseguiram firmar. A Legislação proíbe o uso da tribuna do Legislativo para cunho eleitoral. Pedir votos ou fazer propaganda positiva ou negativa de um candidato, também é crime eleitoral.